São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Vergonha da América

No romance "Invisível", Paul Auster mergulha nos anos 60 e desconcerta puritanismo dos EUA ao narrar caso de incesto entre dois irmãos

Jean-Christian Bourcart - 5.out.05/Getty Images
Paul Auster, no jardim de casa em Nova York, em 2005

FABIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O incesto entre um jovem e sua irmã está no centro do enredo de "Invisível", novo romance de Paul Auster (Companhia das Letras).
Embora um dos pontos altos do livro, a relação pouco foi abordada pelos americanos, segundo o autor. "Acharam tão difícil que ignoraram", diz Auster em entrevista à Folha, na qual relata o constrangimento causado em estudantes de uma universidade do país pela leitura de um trecho com a descrição do caso amoroso.
A terra da liberdade, reino da indústria pornô, convive com o puritanismo porque, afirma ele, "somos um lugar dividido, um país esquizofrênico".
"Invisível" é o 15º romance de Auster. Depois de seguidas histórias sobre velhice, protagonizadas por moribundos, ele usa agora como argumento a memória juvenil de um universitário nos anos 60.
A história de Adam Walker, estudante de letras atormentado entre o desejo pela irmã e pela mulher de um professor com quem manterá uma relação doentia, se interpõe nas quatro partes dos livros. Em cada uma delas, Auster muda os narradores e tempos verbais e, seu brinquedo favorito, cria livros dentro do livro.


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