São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010 |
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Vergonha da América
No romance "Invisível", Paul Auster mergulha
nos anos 60 e desconcerta puritanismo dos EUA
ao narrar caso de incesto entre dois irmãos
FABIO VICTOR DA REPORTAGEM LOCAL O incesto entre um jovem e sua irmã está no centro do enredo de "Invisível", novo romance de Paul Auster (Companhia das Letras). Embora um dos pontos altos do livro, a relação pouco foi abordada pelos americanos, segundo o autor. "Acharam tão difícil que ignoraram", diz Auster em entrevista à Folha, na qual relata o constrangimento causado em estudantes de uma universidade do país pela leitura de um trecho com a descrição do caso amoroso. A terra da liberdade, reino da indústria pornô, convive com o puritanismo porque, afirma ele, "somos um lugar dividido, um país esquizofrênico". "Invisível" é o 15º romance de Auster. Depois de seguidas histórias sobre velhice, protagonizadas por moribundos, ele usa agora como argumento a memória juvenil de um universitário nos anos 60. A história de Adam Walker, estudante de letras atormentado entre o desejo pela irmã e pela mulher de um professor com quem manterá uma relação doentia, se interpõe nas quatro partes dos livros. Em cada uma delas, Auster muda os narradores e tempos verbais e, seu brinquedo favorito, cria livros dentro do livro. Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Entrevista - Paul Auster: Desde o Vietnã o país não ficava tão dividido Índice |
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