São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010 |
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ENTREVISTA PAUL AUSTER Desde o Vietnã o país não ficava tão dividido
Eleitor de Obama,
escritor elogia o
presidente e suas
medidas, mas diz
que a virulência
dos ataques da
oposição gerou
nação partida e
período "muito,
muito maluco" Paul Auster, 63, diz que lhe faz mal ler resenhas de seus livros, pois "raramente se consegue algo intermediário, é amor ou ódio". Com "Invisível", houve entre a crítica de língua inglesa mais amor do que ódio (o "New York Times" considerou-o seu melhor romance; na Inglaterra teve objeção e elogio). O maniqueísmo que marca a crítica também domina hoje a política dos EUA, avalia. A oposição conservadora ao governo Obama, que o escritor apoia e elogia, gerou, segundo ele, um país "terrivelmente dividido". Auster falou à Folha por telefone, de sua casa em Nova York. (FABIO VICTOR) FOLHA - Uma das subtramas do livro é a relação incestuosa entre irmãos. Como foi escrevê-la? E como foi a reação nos EUA? FOLHA - Li que, durante uma leitura do livro numa universidade, ocorreu algo curioso a esse respeito... FOLHA - É curioso, pois ao mesmo
tempo os EUA são a terra da indústria pornô, da liberalidade. FOLHA - Depois de vários livros sobre a velhice, sobre moribundos,
"Invisível" fala mais sobre a juventude. Por quê? FOLHA - Embora você não leia resenhas, eu queria... FOLHA - Pediria que comentasse
trechos de duas: 1) "A prosa é o melhor da literatura americana contemporânea: clara, elegante, ágil. É
o melhor romance já escrito por Paul
Auster" [publicada no "New York Times"]. 2) "O romance fica piruetando em torno de totens culturais, e os
personagens são desvendados pela
lista de autores, compositores, pintores de que gostam. O resultado
(...) [é] como ouvir um pós-graduado
tentando impressionar calouras do
primeiro ano. (...) Os diferentes pós-modernismos de Auster parecem
estratégias de evasão. É assim que
todo o livro parece: evasivo" [publicada no britânico "The Observer"]. FOLHA - Como em outras obras
suas, "Invisível" está cheio de aforismos [leia abaixo]. Qual é o papel
deste recurso em seu trabalho? FOLHA - Como democrata e eleitor
de Obama, como analisa os primeiros passos do governo dele? INVISÍVEL Autor: Paul Auster Tradução: Rubens Figueiredo Editora: Companhia das Letras Quanto: R$ 47,50 (280 págs.) Texto Anterior: Vergonha da América Próximo Texto: Shorty é destaque em festival de jazz de Nova Orleans Índice |
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