São Paulo, Quinta-feira, 29 de Abril de 1999 |
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FÊMEA da Reportagem Local "Vejo "Um Copo de Cólera" como um jogo erótico, em que um homem e uma mulher usam do desafio e da disputa para manter a tensão sexual sempre no limite. Só que ele, como macho, está claramente mais ameaçado do que ela." Esta é a opinião da psicanalista Maria Rita Kehl, 47, sobre o filme de Aluizio Abranches. "No filme, fica claro que ele está mais "a sério" na briga do que ela. É como se ele precisasse se defender do olho crítico dela, enquanto ela parece estar interessada na briga apenas pelo seu desfecho sexual." "Ela o derrota com o desdém crítico, e ele a derrota usando a paixão erótica contra ela. Mas quem fica arrasado com a vitória é ele mesmo", avalia Kehl. Segundo a psicanalista, a figura feminina do filme é "uma mulher muito interessante". "Ela alterna atitudes maternais, às vezes submissas, e uma entrega muito feminina com um modo bastante masculino de desejar e desafiar o seu homem." Maria Rita Kehl, cujo último livro é "Deslocamentos do Feminino" (editora Imago, 348 págs., R$ 22) considera "Um Copo de Cólera" um dos raros filmes recentes em que os personagens apresentam densidade psicológica. "Existem em três dimensões, não se parecem com clichês." Texto Anterior: Um pouco de cólera Próximo Texto: Macho Índice |
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