São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEVISÃO
Miguel Falabella só ama a si mesmo

TELMO MARTINO
COLUNISTA DA FOLHA

A lguém lá em cima ama Miguel Falabella. Até parece o também amado (?) Galvão Bueno em tempo de Copa do Mundo. Miguel Falabella está todo dia na televisão. Agora com estardalhaço, para a tarde dos sábados ser também uma festa. O "Vídeo Show" é o mesmo de sempre, mas o barulho é outro. Tem até o esganiçar de um auditório. "É um programa que está aqui para beijar na boca e ser feliz." Bom-xibom-bombom.
Bombom apenas enquanto música. Tudo não passa de uma lente de aumento do corriqueiro. A primeira a entrar no espírito(?) da coisa é a Cissa Guimarães. Está maior em todas as circunferências e também no comprimento dos cabelos. "Gente como a Gentem" deveria ser o novo nome do quadro. A alteração não foi feita.
E quem será como a "gentem"? Ivete Sangalo. Mentira. Miss Sangalo é baiana. Quem é "gentem" não come sanduíche de pão com banana frita debaixo de um lustre de bacará (atenção para a grafia e sotaque baianos). Mantendo o pleno emprego na Bahia, dona Ivete tem um exército de empregadas. Não é mais casa grande. É apartamentão. Mas a senzala continua cheia. Só que com direito a férias e a aposentadoria.
A "Cissam" quis saber qual era a grande paixão da Sangalo. Luciano Huck, esquentando o caldeirão, nem ouviu que a cadela Pan -ou Pam- é a mais amada (se for Pam, será abreviação de Pamela. Se for Pan, a abreviação é de panela). Logo depois, mademoiselle Ivete saiu com a Pan e a "Cissam". A Pan ia ao salão de beleza e a "Cissam" teve de ver o Farol da Barra. Bye bye Bahia.
É hora do "Túnel do Tempo", e a platéia viciada aplaude. Aparecem Tonia Carrero e Joana Fomm como personagens do "Vestido de Noiva", do Nelson Rodrigues. Por que será que não fizeram um joguinho com a platéia para que o pessoal apostasse qual das duas era a noiva? Mas já era hora dos caminhoneiros Antônio Fagundes e Stênio Garcia e da Regina Duarte atropelarem o feminismo. Esse "Túnel do Tempo" até que é útil. Mostra que saudade é uma bobagem.
Como mestre-de-cerimônias sem cerimônia, Falabella está no palco para apresentar "Teletrivia". Coisinha apressada com apenas dois candidatos. Moysés e Daisy. O prêmio nem é um carro. Apenas uma televisão e um aparelho para ver DVD. "Se a platéia soprar, leva uma sapatada", anuncia o desanimador. Ninguém sopra. Em casa, todos suspiram. É o fim. Tem futebol hoje com o Galvão? Porque hoje é sábado...
Porque domingo tem Falabella outra vez como o galã impostor do "Sai de Baixo". Falabella apresenta-se como um exemplo de beleza loura e nórdica e total ódio aos pobres. Mas ele não tem ódio dos pobres. Só amor a si mesmo.


Texto Anterior: Multimídia: CD-ROM traz "videogames poéticos"
Próximo Texto: HQ: "Do Inferno" disseca Jack, o Estripador
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.