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TELEVISÃO
Miguel Falabella só ama a si mesmo
TELMO MARTINO
COLUNISTA DA FOLHA
A lguém lá em cima ama
Miguel Falabella. Até parece o também amado (?) Galvão
Bueno em tempo de Copa do
Mundo. Miguel Falabella está todo dia na televisão. Agora com estardalhaço, para a tarde dos sábados ser também uma festa. O
"Vídeo Show" é o mesmo de sempre, mas o barulho é outro. Tem
até o esganiçar de um auditório.
"É um programa que está aqui
para beijar na boca e ser feliz."
Bom-xibom-bombom.
Bombom apenas enquanto música. Tudo não passa de uma lente de aumento do corriqueiro. A
primeira a entrar no espírito(?)
da coisa é a Cissa Guimarães. Está maior em todas as circunferências e também no comprimento
dos cabelos. "Gente como a Gentem" deveria ser o novo nome do
quadro. A alteração não foi feita.
E quem será como a "gentem"?
Ivete Sangalo. Mentira. Miss Sangalo é baiana. Quem é "gentem"
não come sanduíche de pão com
banana frita debaixo de um lustre de bacará (atenção para a
grafia e sotaque baianos). Mantendo o pleno emprego na Bahia,
dona Ivete tem um exército de
empregadas. Não é mais casa
grande. É apartamentão. Mas a
senzala continua cheia. Só que
com direito a férias e a aposentadoria.
A "Cissam" quis saber qual era
a grande paixão da Sangalo. Luciano Huck, esquentando o caldeirão, nem ouviu que a cadela
Pan -ou Pam- é a mais amada
(se for Pam, será abreviação de
Pamela. Se for Pan, a abreviação
é de panela). Logo depois, mademoiselle Ivete saiu com a Pan e a
"Cissam". A Pan ia ao salão de
beleza e a "Cissam" teve de ver o
Farol da Barra. Bye bye Bahia.
É hora do "Túnel do Tempo", e
a platéia viciada aplaude. Aparecem Tonia Carrero e Joana
Fomm como personagens do
"Vestido de Noiva", do Nelson
Rodrigues. Por que será que não
fizeram um joguinho com a platéia para que o pessoal apostasse
qual das duas era a noiva? Mas já
era hora dos caminhoneiros Antônio Fagundes e Stênio Garcia e
da Regina Duarte atropelarem o
feminismo. Esse "Túnel do Tempo" até que é útil. Mostra que
saudade é uma bobagem.
Como mestre-de-cerimônias
sem cerimônia, Falabella está no
palco para apresentar "Teletrivia". Coisinha apressada com
apenas dois candidatos. Moysés e
Daisy. O prêmio nem é um carro.
Apenas uma televisão e um aparelho para ver DVD. "Se a platéia
soprar, leva uma sapatada",
anuncia o desanimador. Ninguém sopra. Em casa, todos suspiram. É o fim. Tem futebol hoje
com o Galvão? Porque hoje é sábado...
Porque domingo tem Falabella
outra vez como o galã impostor
do "Sai de Baixo". Falabella apresenta-se como um exemplo de beleza loura e nórdica e total ódio
aos pobres. Mas ele não tem ódio
dos pobres. Só amor a si mesmo.
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