São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Outro lado

'Não há política cultural só com renúncia'

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de incentivo e fomento à cultura do MinC, Roberto Nascimento, disse que o projeto oficial para alterar a Lei Rouanet tem o propósito de elevar, e não diminuir, o patrocínio cultural. "Mas queremos elevar a proporção de recursos próprios das empresas. Não se faz política cultural apenas com renúncia fiscal."
Segundo ele, se existe hoje algum desincentivo ao patrocínio cultural, ele é produto da crise econômica. "Essa discussão não ocorre isoladamente. Ocorre em uma crise. As empresas têm sido obrigadas a rever seu nível de investimento, porque a crise lhes impactou o capital de giro", disse ele.
"Houve uma retração de 7% dos projetos no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre deste ano, comparados aos mesmos trimestres de 2007 e do ano passado."
Nascimento disse ainda desconhecer "a base" de empresas entrevistadas pela Folha. E duvida de que essa base represente o setor privado como um todo. "O motivo é simples: temos hoje uma baixíssima participação de empresas no patrocínio à cultura. Tem muita empresa que nunca contribuiu."
Segundo ele, a renúncia fiscal deve ser preservada, mas não deve ser o mecanismo central de cultura. "Ela não é a forma mais adequada para fazer política pública para a cultura", afirmou.
Nascimento disse que o Ministério da Cultura vem conseguindo alinhar os projetos das grandes patrocinadoras privadas à política do governo.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Coreógrafo de Niterói dança hoje em Londres
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.