RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se existe algo que mereça ser visto em tela grande com efeitos tridimensionais é a exploração do espaço.
Este pequeno documentário sobre o começo da construção da Estação Espacial Internacional vale a pena ser visto por causa das imagens.
Infelizmente o texto da narração é pífio. Parece retirado de um comunicado à imprensa.
Esse viés de "press release" toma conta de tudo.
Quem quiser se informar de fato sobre a história por trás desse enorme laboratório em órbita do planeta vai ter de pesquisar em outro lugar.
A "corrida" espacial foi resultado da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a então União Soviética. Os americanos ganharam o prêmio maior, o pouso na Lua. Os soviéticos se concentraram em pequenas estações espaciais, como as da série Salyut e a Mir.
Com o fim da Guerra Fria, os dois lados juntaram forças. A Rússia, principal herdeira das atividades espaciais da ex-URSS, tinha pouca verba para tocar um programa só dela. Os ônibus espaciais faziam viagens curtas, caras e com custo reduzido. A solução para as burocracias espaciais foi todo mundo se juntar num grande projeto.
Pouco se fala no filme dos reais resultados práticos em termos de ciência e tecnologia (exceto, claro, a tecnologia de construir uma estação espacial). O motivo é óbvio: porque são escassos. O telescópio espacial Hubble foi muito mais útil na produção de conhecimento científico. Mas as imagens são arrasadoras.