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Crítica/"Killshot - Tiro Certo"
Atuação de Mickey Rourke prejudica thriller repetitivo
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Quem achou que Mickey
Rourke, depois de nocautear o público com
"O Lutador", levantaria
da lona vai quebrar a cara. Em
"Killshot - Tiro Certo", seu trabalho seguinte, o ator repete
temperamento e tiques de seu
aclamado Randy Robinson, o
que faz supor que ficará condenado a personagens degradados, a reviver eternamente a velhice da persona que encarnou
nos anos 80, em filmes como "O
Selvagem da Motocicleta".
Desta vez ele é Armand Degas, conhecido como Blackbird,
um neto de índios que se transformou em assassino profissional. Após um descuido, a máfia
e o FBI saem à sua caça.
Na fuga ele conhece um jovem psicopata e se envolve numa queima de arquivo, na figura de um casal em crise que a
ameaça externa vai ajudar a
reatar os laços.
Baseado num romance de Elmore Leonard, "Killshot - Tiro
Certo" mistura os ingredientes
tradicionais do autor, como a
descrição dura e seca do mundo
do crime e a ambientação em
espaços rurais.
Se por um lado o visual gorila
de Rourke agrega peso no sentido físico, por outro compromete a necessidade de nuances do
papel, já que seu rosto tornou-se tão maleável como uma máscara mortuária.
E ao evocar personagens e situações já conhecidas pelo público fiel de Rourke (que há de
se lembrar da ferocidade do
ator na refilmagem de "Horas
de Desespero") este "Killshot"
não passa de um tiro n'água.
KILLSHOT - TIRO CERTO
Direção: John Madden
Produção: EUA, 2008
Com: Mickey Rourke, Diane Lane
Onde: em cartaz no Bristol, Jardim Sul
e circuito
Classificação: 16 anos
Avaliação: ruim
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