São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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Crítica/"Killshot - Tiro Certo"

Atuação de Mickey Rourke prejudica thriller repetitivo

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Quem achou que Mickey Rourke, depois de nocautear o público com "O Lutador", levantaria da lona vai quebrar a cara. Em "Killshot - Tiro Certo", seu trabalho seguinte, o ator repete temperamento e tiques de seu aclamado Randy Robinson, o que faz supor que ficará condenado a personagens degradados, a reviver eternamente a velhice da persona que encarnou nos anos 80, em filmes como "O Selvagem da Motocicleta".
Desta vez ele é Armand Degas, conhecido como Blackbird, um neto de índios que se transformou em assassino profissional. Após um descuido, a máfia e o FBI saem à sua caça.
Na fuga ele conhece um jovem psicopata e se envolve numa queima de arquivo, na figura de um casal em crise que a ameaça externa vai ajudar a reatar os laços.
Baseado num romance de Elmore Leonard, "Killshot - Tiro Certo" mistura os ingredientes tradicionais do autor, como a descrição dura e seca do mundo do crime e a ambientação em espaços rurais.
Se por um lado o visual gorila de Rourke agrega peso no sentido físico, por outro compromete a necessidade de nuances do papel, já que seu rosto tornou-se tão maleável como uma máscara mortuária.
E ao evocar personagens e situações já conhecidas pelo público fiel de Rourke (que há de se lembrar da ferocidade do ator na refilmagem de "Horas de Desespero") este "Killshot" não passa de um tiro n'água.


KILLSHOT - TIRO CERTO
Direção: John Madden
Produção: EUA, 2008
Com: Mickey Rourke, Diane Lane
Onde: em cartaz no Bristol, Jardim Sul e circuito
Classificação: 16 anos
Avaliação: ruim



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