São Paulo, sexta, 29 de maio de 1998

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MERCADO
700 peças do século 18 serão comercializadas a partir de terça
Mobiliário do Brasil imperial vai a leilão em São Paulo

RONI LIMA
da Sucursal do Rio

Entre terça e quinta-feira da próxima semana, São Paulo será sede do leilão de cerca de 700 peças que incluem uma grande coleção dos mobiliários brasileiro e português do século 18 e quadros de Guignard, Volpi e Di Cavalcanti.
Com estimativa mínima de preços variando entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, as peças estarão expostas para visitação a partir de hoje. Cerca de 25% pertencem ao espólio do segurador Paulo Boavista, morto em 85. Poderão ser feitos lances pelos telefones (011) 282-1430 e (021) 9989-2554.
Com assinatura do leiloeiro Fernando Soares, a organização do evento está a cargo da carioca Dagmar Saboya, que enfatiza a importância "da coleção fantástica" do mobiliário que pertenceu ao empresário Boavista.
Segundo ela, as peças -que incluem louças imperiais- pertenceram a nobres brasileiros e portugueses vinculados ao Brasil e deverão despertar o interesse de colecionadores que desejam ampliar seu acervo de objetos do Império.
Filho do fundador do banco Boavista, Paulo Boavista sonhava em ser pianista e pintor. Acabou seguindo a carreira diplomática, entrando depois para o ramo de seguros. Mas não perdeu o gosto pelas artes em geral.
"Meu pai tinha uma veia artística muito forte", relembra uma de suas três filhas, Filipa. Adorava comprar peças antigas em suas frequentes viagens pela Europa e América do Sul. "Ele tinha fascínio por Portugal", conta ela.
Um de seus roteiros favoritos eram as fazendas do Vale do Paraíba, antiga região cafeeira entre Rio, São Paulo e Minas.
Com a morte de sua mulher, há um ano e meio, as três filhas decidiram esvaziar e vender a mansão dos pais, em Botafogo (zona sul do Rio). Em estilo neoclássico, a casa é de 1860.
Os colecionadores poderão tentar arrematar preciosidades como uma cômoda estilo d. João 5º construída em jacarandá. Exemplar do mobiliário da aristocracia brasileira do século 18, tem preço mínimo avaliado em R$ 40 mil.
O leilão reunirá também tapetes persas, porcelanas da Companhia das Índias do século 18, objetos variados de decoração, como imagens religiosas, e uma coleção de pratarias brasileiras, portuguesas e inglesas.
As peças inglesas, segundo Saboya, são datadas da virada dos séculos 18 e 19 e pertenceram à coleção do famoso prateiro inglês Paul Storr.

Leilão: 30º Grande Leilão de Objetos de Arte - São Paulo Exposição: de hoje a segunda, das 12h às 23h Quando: de terça a quinta, às 21h30 Onde: B'nai B'rith Brasil (r. Caçapava, 105, Jardim Paulista, São Paulo, tel. 011/282-5049)


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