São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DISCO - LANÇAMENTOS
E-music


Da Finlândia ao Japão, passando pelo Brasil, a música eletrônica se firma como a linguagem mundial do pop


MOBY

MARCELO NEGROMONTE
da Redação

Sagrado e profano se encontram amigavelmente no caleidoscópico "Play", último disco do inclassificável DJ, cantor, compositor e músico norte-americano Moby. Gospel, tecno, blues, rock digital, new age são alguns dos vários espectros compreendidos nesse álbum.
"Play" é tão esquisito quanto o seu autor. Moby, 33, cresceu ouvindo de Bela Bartók a Doors e Donna Summer, é cristão fervoroso, "vegan" (um vegetariano xiita que, além de não comer, não usa nem veste nada de origem animal), lançou o hardcore (de rock pesado) "Animal Rights" e "I Like to Score", disco com trilhas compostas por ele para vários filmes.
Moço um tanto esquizofrênico; estrada aberta para o ecletismo original ao menos. "Bodyrock", música à Fatboy Slim, break beat funkeada, sucede a "Rushing", trip hop com ambiências etéreas etc. e antecede a "Natural Blues", com piano mixado, um blues com soul. Diversidade é o forte aqui.
Diversificação e consistência percebem-se nesse "Play", de longe, o mais coeso de Moby, parente distante de Herman Melville, autor do clássico "Moby Dick".
E ele ainda canta em "Machete", pastiche underworldiano. Espiritualidade e tecnologia são levadas por Moby rumo à redenção na gospel "Run On" e "Why Does My Heart Feel So Bad?".
Disco eletrônico e orgânico, paradoxo raro entre DJs.


Avaliação:    


Disco: Play Artista: Moby Lançamento: V2 (importado)

Os discos importados desta página podem ser encontrados ou encomendados nas lojas Bizarre (tel. 011/220-7933), London Calling (tel. 011/223-5300), www.amazon.com, www.cdnow.com


Texto Anterior: Televisão: Isabella Rossellini revela no canal Eurochannel que já foi estuprada
Próximo Texto: Pizzicato Five
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.