do enviado a Nova York

Quando Caetano Veloso e sua banda entraram no palco do Beacon Theater, às 20h10 do domingo, mais de cem pessoas ainda se espremiam nas bilheterias e portas do teatro. Muita gente ficou de fora. Os ingressos estavam esgotados desde a semana anterior.
Na platéia, o popstar e produtor David Byrne, a vanguardista Laurie Anderson e o cantor de jazz Tony Bennett confirmavam o alto prestígio que Caetano desfruta atualmente, nos EUA.
Respeitadas publicações norte-americanas não têm economizado superlativos ao se referirem ao artista baiano. "Um dos maiores compositores do mundo", elogiou o diário "The New York Times". "Sultão do samba", carimbou em sua capa a revista "Time Out". "Príncipe do Brasil", preferiu a "Spin".
Com a apresentação do espetáculo "Livro", no JVC Jazz Festival, Caetano iniciou sua maior turnê pela América do Norte. Serão 12 shows em 11 cidades norte-americanas e canadenses.
O show de anteontem foi basicamente o mesmo que já correu o Brasil, desde o ano passado. De novidades, só mesmo a inclusão da canção "Maria Bethânia" e uma "canja" do guitarrista e produtor Arto Lindsay.
Pelas reações da platéia durante o espetáculo foi fácil constatar que a presença de brasileiros não chegava à metade dos presentes. Num país monolíngue e tão voltado para o próprio umbigo, como os EUA, só isso já é uma proeza. (CC)


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