São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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FILMES

Meu Amigo Flash
SBT, 14h30.
 
(Flash). EUA, 1997. Direção: Simon Wincer. Com Lucas Black, Brian Kerwin. Outro desses filmes sobre meninos que conversam com animais. No caso, um cavalo. O pai faz todos os sacrifícios do mundo para comprar o cavalo para o garoto e acaba morrendo por conta disso. Daí o avô vende Flash para pagar o funeral. E blablablá

A Malandrinha
Globo, 15h40.
 
(Curly Sue). EUA, 1991, 101 min. Direção: John Hughes. Com James Belushi, Kelly Lynch, Alisan Porter. Kelly Lynch faz a rica advogada que, aos poucos, descobre que um desempregado (Belushi) e sua filha podem, afinal, enriquecer sua vida.

Sob Pressão
SBT, 22h30.
 
(Bad Day on the Block). EUA, 1997, 90 min. Direção: Craig R. Baxley. Com Charlie Sheen, Mare Winningham. Um incêndio desencadeia uma série de problemas mentais no bombeiro Sheen e levam sua família a abandoná-lo, o que o torna ainda mais perigoso. Inédito.

Intercine
Globo, 1h35.

Para quinta, o espectador é chamado a decidir entre "Highlander, o Guerreiro Imortal" (1986, de Russell Mulcahy, com Christopher Lambert, Sean Connery) e "A Morte Pede Carona" (1986, de Robert Harmon, com Rutger Hauer).

A Fogueira das Vaidades
SBT, 2h.
   
(The Bonfire of the Vanities). EUA, 1990, 126 min. Direção: Brian De Palma. Com Tom Hanks, Melanie Griffith, Bruce Willis. Os EUA ficaram furiosos com esta adaptação de De Palma, que respeita pouquíssimo o romance de Tom Wolfe, de que é extraída. O que Wolfe conta, com ar sério e adiposo (a desgraça de um executivo que atropela um jovem negro), torna-se motivo de comédia para De Palma. Há quem sustente que De Palma não gosta de personagens importantes, e por isso o filme é abaixo de sua produção habitual. Pode ser, mas é quilômetros acima da média.

Scanners 3 - O Duelo Final
Globo, 3h35.
 
(Scanners 3 - The Takeover). Canadá, 1992, 101 min. Direção: Christian Duguay. Com Liliana Komorowska, Valerie Valois, Daniel Pilon. A principal vantagem do filme é ter sido mesmo o duelo final, isto é, ter posto fim à série iniciada gloriosamente com o filme de David Cronenberg.

Meteoro
SBT, 4h15.
  
(Meteor). EUA, 1979. Direção: Ronald Neame. Com Sean Connery, Natalie Wood, Karl Malden. Asteróide a caminho de se chocar com a Terra promete catástrofe total. A Nasa, sem meios de combater o mal, tem de se unir aos russos, que têm lá seus recursos. Para selar a paz de vez, o cientista americano Connery se apaixona pela tradutora russa Natalie. Só para São Paulo.

Retratos de exaltação

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se há uma invenção feliz no Canal Brasil, é a série "Retratos Brasileiros". Hoje ela vai ao ar em duas edições: às 8h30 (John Herbert) e às 19h (Marcos Palmeira).
A fatura é irregular, como se pode prever, e possivelmente o defeito mais evidente de algumas edições é investir no panegírico, de maneira que, em vez de sabermos quem é a pessoa de quem se fala, sabemos antes que se trata de um grande brasileiro.
Isso é bem típico do cinema nacional: já que não falam bem de nós, falamos nós. Ser um pouco mais substantivo faria bem.
É verdade que atores têm maior identificação com o público, o que justifica a preferência da emissora por eles. Mas, dado que o canal tem um público especial, talvez não fizesse mal ampliar a gama dos retratados.

DOCUMENTÁRIO

Filme desperdiça o mito Yves Montand

THIAGO STIVALETTI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Poucos cinéfilos sabem, mas um dos maiores astros do cinema francês nasceu na Itália. Yves Montand (1921-91) foi batizado como Ivo Livi na cidadezinha de Monsummano, na Toscana, e, ainda criança, seguiu com a família para Marselha, fugindo do fascismo de Mussolini. Sua persona extrovertida tornou-se um símbolo do imaginário italiano encravado na cultura francesa.
Produzido pela RAI italiana, o documentário "Yves Montand" centra fogo nessas raízes italianas do ator. Depoimentos de familiares e do próprio Montand pontuam as imagens, com destaque para um testemunho afetuoso do também toscano Gillo Pontecorvo, hoje considerado um papa do cinema político, com quem o ator trabalhou em seu primeiro longa de ficção, o drama comunista "A Grande Estrada Azul" (1957).
O documentário não se furta a falar das estrelas que passaram pela vida de Montand: a diva Edith Piaf, cujo affair com o ator começou nos palcos do Moulin Rouge; Simone Signoret, musa do cinema francês nos anos 50, com quem viveu 36 anos, até a morte dela, em 1985; e a fatal Marilyn Monroe, a quem não resistiu e teve um pequeno caso durante as filmagens de "Adorável Pecadora" (1960), de George Cukor.
A preocupação em recuperar o "elo perdido" do ator na Itália eclipsa a principal faceta de Montand: a do ator político. A tradição comunista da família deu-lhe a consciência que o transformou no intérprete mais engajado de sua geração. Nada se fala sobre "O Salário do Medo" (1953), um dos poucos filmes políticos de Henri-Georges Clouzot, Palma de Ouro em Cannes que lançou Montand ao estrelato; as seis colaborações com o grego Costa-Gavras, entre as quais "Z" (1969); ou o envolvimento com os autores da Nouvelle Vague, de Resnais ("La Guerre Est Finie", 1966) a Godard ("Tout Va Bien", 1972). Ou seja: falta o essencial para entender a construção do mito.


YVES MONTAND. Quando: hoje, às 22h, no Eurochannel.


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