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Mostra é mais ágil que museus, diz espanhola
DA REPORTAGEM LOCAL
Turquia, Rússia, Espanha, Itália, Estados Unidos, Irlanda, Coréia, Japão. Em todos esses países,
desde 1988, a espanhola Rosa
Martínez participou da produção
de bienais. Não é à toa, portanto,
que, agora como co-curadora da
Bienal de São Paulo, seja uma das
maiores defensoras desse modelo
de exposição.
"Eu optei por trabalhar com
bienais e não em museus, apesar
de serem funções complementares", afirma Martínez. "As bienais
ajudam no intercâmbio entre artistas, produzindo fricções, e
criam novas formas de convivência entre disciplinas e gerações.
Essa energia gera um fator diferencial dos museus, especialmente por poder ter maior velocidade."
Entretanto, a curadora espanhola acredita que é a transformação desse modelo que o mantém vivo: "Quando a primeira
bienal foi fundada, em 1895, na cidade de Veneza, ela representava
a organização de um clube fechado, que foi questionado nos anos
60, com as bienais de Istambul e
Cuba, que terminaram com as representações nacionais, face à nova realidade da aldeia global. Temos a obrigação de questionar esse modelo, agora especialmente
frente às atuais imposições do
mercado."
Revisão do espetacular
Mesmo o caráter espetacular
desse tipo de exposição pode ser
revisto para Martínez. "É bem
verdade que as bienais participam
da espetacularização da cultura,
cujo maior exemplo é o Guggenheim de Bilbao, mas temos a responsabilidade de resistir a esse
processo e criar novas formas de
relação do público com a arte."
Pela segunda vez em São Paulo,
a curadora demonstra-se empolgada com a produção de sua nova
bienal.
"É uma oportunidade estupenda realizar um trabalho coletivo.
Já estou visitando artistas e conhecendo muita gente", afirmou
ela , ainda em espanhol, assegurando que em breve já estará falando português.
(FC)
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