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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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SHOW

Curitiba terá hoje primeiro dos cinco festivais programados até o dia 13

Maratona indie tem início no país

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

De hoje a 13 de setembro, cinco festivais independentes de rock acontecerão quase simultaneamente. Uma cena que ainda é amadora, produzindo eventos sem contratos na base da vontade, mas que mostra cada vez mais sinais de profissionalização.
Tudo começa hoje, em Curitiba, com a quarta edição do Rock de Inverno. Na semana que vem, seguem-se o AutoRock, em Campinas, o London Burning, no Rio, o Indie Rock Brasil, em Belo Horizonte -os três no mesmo fim de semana- e, por último, o Dynamite Independente Festival, em São Paulo, dos dias 11 a 13.
Em comum, o fato de que cada um deles traz para suas cidades bandas "estrangeiras", promovendo integração no circuito, ainda que em iniciativas quase quixotescas tanto de organizadores quanto de bandas.
"Vamos hospedar o pessoal aqui em casa", diz Adriane Perin, 33, produtora do festival curitibano. O projeto foi aprovado tarde demais pela Lei de Incentivo à Cultura. "Vai servir para a edição do ano que vem", afirma. Ela pretende que, em 2004, o festival tenha entrada franca, além de shows na periferia de Curitiba. "Se eu não tiver que tirar do bolso, também não preciso cobrar."
Para outros, a idéia é semear hoje e colher depois. "Eu quero viver fazendo isso [produzindo shows]. Hoje é inviável, mas é preciso investir", diz Fernanda Azevedo, 27, da produtora Motor Music, que organiza o festival mineiro. "A gente vê [os festivais] como uma coisa que pode crescer muito, a partir do momento em que sua marca fica conhecida."
Mas, se não há lucro, qual é a motivação? "Prazer", afirma Luciano Vianna, 30, do London Burning carioca. "Se eu não fizer, quem vai fazer? Vamos voltar à idade da pedra", diz.
Fazer significa muita força de vontade. Os curitibanos do E.S.S., por exemplo, tiveram que fazer três shows em sua cidade para pagar a van que os levará aos festivais de Rio e BH. Como as passagens frequentemente não são pagas, os músicos sempre tentam fazer mais de um show por viagem.
"A maior propaganda que a gente pode fazer é um show. Por isso, não adianta estabelecer cachê e exigências. Não existe só um jeito de fazer, a gente faz de vários jeitos", diz Gabriel Thomaz, dos Autoramas, que diz viver totalmente desse circuito.
A busca por divulgação também envolve veículos dedicados ao segmento. Com seu festival em São Paulo, a revista "Dynamite" tenta se popularizar. "É um evento para fazer o marketing da revista", diz André Cagni, o Pomba, 39, DJ e editor. Para isso, conseguiu que independentes mais conhecidos, como a baiana Pitty e o punk Supla "apadrinhassem" o festival. Em troca, ganham anúncios nas páginas da revista. Tudo por um pouco mais de barulho.


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