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SHOW
Curitiba terá hoje primeiro dos cinco festivais programados até o dia 13
Maratona indie tem início no país
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
De hoje a 13 de setembro, cinco
festivais independentes de rock
acontecerão quase simultaneamente. Uma cena que ainda é
amadora, produzindo eventos
sem contratos na base da vontade,
mas que mostra cada vez mais sinais de profissionalização.
Tudo começa hoje, em Curitiba,
com a quarta edição do Rock de
Inverno. Na semana que vem, seguem-se o AutoRock, em Campinas, o London Burning, no Rio, o
Indie Rock Brasil, em Belo Horizonte -os três no mesmo fim de
semana- e, por último, o Dynamite Independente Festival, em
São Paulo, dos dias 11 a 13.
Em comum, o fato de que cada
um deles traz para suas cidades
bandas "estrangeiras", promovendo integração no circuito, ainda que em iniciativas quase quixotescas tanto de organizadores
quanto de bandas.
"Vamos hospedar o pessoal
aqui em casa", diz Adriane Perin,
33, produtora do festival curitibano. O projeto foi aprovado tarde
demais pela Lei de Incentivo à
Cultura. "Vai servir para a edição
do ano que vem", afirma. Ela pretende que, em 2004, o festival tenha entrada franca, além de
shows na periferia de Curitiba.
"Se eu não tiver que tirar do bolso,
também não preciso cobrar."
Para outros, a idéia é semear hoje e colher depois. "Eu quero viver
fazendo isso [produzindo shows].
Hoje é inviável, mas é preciso investir", diz Fernanda Azevedo, 27,
da produtora Motor Music, que
organiza o festival mineiro. "A
gente vê [os festivais] como uma
coisa que pode crescer muito, a
partir do momento em que sua
marca fica conhecida."
Mas, se não há lucro, qual é a
motivação? "Prazer", afirma Luciano Vianna, 30, do London Burning carioca. "Se eu não fizer,
quem vai fazer? Vamos voltar à
idade da pedra", diz.
Fazer significa muita força de
vontade. Os curitibanos do E.S.S.,
por exemplo, tiveram que fazer
três shows em sua cidade para pagar a van que os levará aos festivais de Rio e BH. Como as passagens frequentemente não são pagas, os músicos sempre tentam fazer mais de um show por viagem.
"A maior propaganda que a
gente pode fazer é um show. Por
isso, não adianta estabelecer cachê e exigências. Não existe só um
jeito de fazer, a gente faz de vários
jeitos", diz Gabriel Thomaz, dos
Autoramas, que diz viver totalmente desse circuito.
A busca por divulgação também envolve veículos dedicados
ao segmento. Com seu festival em
São Paulo, a revista "Dynamite"
tenta se popularizar. "É um evento para fazer o marketing da revista", diz André Cagni, o Pomba,
39, DJ e editor. Para isso, conseguiu que independentes mais conhecidos, como a baiana Pitty e o
punk Supla "apadrinhassem" o
festival. Em troca, ganham anúncios nas páginas da revista. Tudo
por um pouco mais de barulho.
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