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RUÍDO
Inventores disputam máquina de CDs
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro de computação Álvaro de Castro reivindica para si a invenção de
uma máquina de fabricação instantânea de CDs análoga à divulgada na semana passada pelo
inventor Nelson Martins, com
apoio do Ministério da Cultura e
de Gilberto Gil.
Castro é dono da gravadora
independente Kviar, que já comercializa CDs personalizados
pela internet. Segundo ele, sua
máquina foi exibida, em pleno
funcionamento, no início de
agosto, na Feira de Música de
Fortaleza (CE).
"A máquina deles está no papel, a nossa já existe e está em
funcionamento", diz Castro,
afirmando que negocia com um
grande grupo financeiro a viabilização de seu projeto.
Nelson Martins o rebate, afirmando que patenteou sua invenção há três anos e que, pela
lei de patentes, vale a anterioridade de sua invenção.
"Qualquer um pode fazer uma
máquina como essa, mas ninguém pode explorar, porque a
propriedade é minha. Se descobrir que estão comercializando,
entro com mandado de busca e
apreensão", afirma Martins.
Castro o contradiz, de novo:
"Não há patente viável aqui,
porque a máquina não é uma
nova tecnologia. É uma caixa
com um computador com gravador de CD".
Enquanto os inventores batem boca, as grandes gravadoras, ao menos oficialmente, assistem impassíveis à intensificação da corrida por novos formatos musicais.
O NÃO-LANÇAMENTO
Por conta do sucesso polêmico de "Eu Também Quero
Mocotó" (de Jorge Ben) no
Festival Internacional da
Canção de 70, o maestro negro Erlon Chaves pôde lançar em 71 o primeiro álbum
de sua Banda Veneno. Dirigido pela Simonal Produções Artísticas, de Wilson Simonal, "Banda Veneno de
Erlon Chaves" (Philips, hoje
Universal) misturava funk
tipo James Brown, filosofia
da pilantragem e MPB. Pelo
filtro do arranjador da Globo e de Elis Regina, ganhavam peso e veneno versões
para Ivan Lins ("Madalena"), Jorge Ben ("Cosa Nostra"), Roberto e Erasmo
("Jesus Cristo") e Antonio
Carlos e Jocafi ("Você Abusou"). Confundindo afronta
e suporte ao regime militar
(havia até vivas ao Mobral
no LP), Erlon era o que o
Brasil teve de mais próximo
do black power. Morreu prematuramente em 74. Os discos saíram de catálogo.
O MUNDO LIVRE DA OMB
O presidente da Ordem dos
Músicos do Brasil (OMB),
Wilson Sandoli, retruca
Zeroquatro, do grupo Mundo
Livre S/A, que fez música para
atacar a necessidade de filiação
à instituição: "Isso é uma
gozação, mais nada. Ele é
obrigado a se inscrever porque
é lei, não sou eu que estou
mandando". Sandoli diz que o
Mundo Livre é, sim, inscrito na
OMB. Zeroquatro agora faz
suspense: "Dois integrantes da
banda e músicos de apoio em
shows são filiados à OMB. Sem
mais comentários".
VITALÍCIO
A MTV extinguiu do Video
Music Brasil 2003 a categoria
"melhor democlipe", que em
2002 foi vencida pelos Ratos de
Porão, do funcionário da
emissora João Gordo. No lugar
entrou "melhor clipe
independente". Que neste ano
foi vencida pelos mesmos
Ratos de Porão. Do mesmo
João Gordo.
FILHA PRÓDIGA
Rita Lee está de volta à
gravadora da Globo, Som
Livre, que lançou seus discos
de maior sucesso comercial, de
"Fruto Proibido" (75) a "Rita e
Roberto" (85). O novo CD, que
sai em setembro ou outubro,
deve se chamar "Balacobaco" e
será quase todo de faixas
inéditas. A faixa "Amor e
Sexo" tem letra do cineasta e
jornalista Arnaldo Jabor.
TRIBALISTAS DO MUNDO
Marisa Monte, Arnaldo Antunes
e Carlinhos Brown cantarão "Já Sei Namorar" em público pela
primeira vez em 3 de setembro, em Miami, durante a entrega do
Grammy latino. Os Tribalistas estudam também a realização de
um minishow promocional apenas para convidados e imprensa,
que aconteceria na França e na Itália.
psanches@folhasp.com.br
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