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"Kabuki" resgata tradição japonesa
especial para a Folha
Quando fundou o Ballet de Tokyo, há 34 anos, Tadatsugu Sasaki
investiu num repertório clássico,
que teve "O Lago dos Cisnes" como obra de inauguração.
Na época, o empresário japonês
convidou alguns dos melhores
mestres do balé russo para treinar
seu elenco. Não demorou muito, o
Ballet de Tokyo foi ovacionado na
Rússia, quando lá realizou sua primeira turnê.
A segunda etapa seria conquistar
o Ocidente. Maurice Béjart, amigo
da companhia, foi então convidado para criar uma obra especial
para o Ballet de Tokyo.
Valendo-se de suas afinidades
com a cultura oriental, Béjart
criou "O Kabuki", cuja estréia,
em 1986, serviu de passaporte para
o elenco de Sasaki fazer sucesso na
Europa.
Para produzir "O Kabuki", que
será apresentado em São Paulo no
dia 11, Béjart inspirou-se em uma
das peças mais antigas do teatro
kabuki, denominada "Chushingura". No entanto, o coreógrafo
francês associa tradição e modernidade nesse balé que já superlotou teatros enormes, como o Palais de Congrès de Paris.
Paradoxalmente, a montagem
de "O Kabuki" permitiu ao elenco do Ballet de Tokyo resgatar costumes antigos de sua cultura, uma
vez que a nova geração prefere
apreciar balés ocidentais do que
frequentar récitas do antigo teatro
japonês.
Além de "O Kabuki", o Ballet
de Tokyo apresentará em São Paulo o programa denominado
"Tríptico Béjart", que reúne
obras-primas do coreógrafo francês, como "Bolero" e "Sagração
da Primavera", além de "Don
Giovanni".
"Um dos detalhes do Ballet de
Tokyo que procurei valorizar é o
corpo de baile. Quando viajava à
Europa, percebia que as grandes
companhias possuíam solistas excepcionais, mas elencos de apoio
sem muita sincronia. Para fugir a
esse lugar comum, procurei formar bailarinos que, sem exceção,
dançassem com a perfeição técnica dos computadores", diz Sasaki.
(AFP)
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