da enviada a Tóquio

Junto ao diretor Tadatsugu Sasaki, que criou infra-estrutura adequada para o Ballet de Tokyo conquistar padrão internacional, trabalha o ensaiador do elenco, Shiro Mizoshita, ex-bailarino que se encarregou de insuflar uma alma na companhia.
É Mizoshita que preserva o repertório do grupo, inclusive as obras de Béjart, que ele conhece profundamente.
"Quando comecei minha carreira, quase não havia homens se dedicando ao balé no Japão. Hoje a situação é diferente, há muito interesse e a linguagem do balé já faz parte das artes do país", diz Mizoshita.
Com um repertório compatível com o das grandes companhias internacionais, o Ballet de Tokyo deve estrear, em 1999, uma coreografia assinada por Jiri Kylian, o diretor do Nederlands Dans Theater da Holanda que, como Béjart, se tornou um dos colaboradores da companhia japonesa.
Retrato da modernidade do Japão, o elenco do Ballet do Tokyo exibe estrelas de primeiro nível. Uma delas é Naoki Takagishi. Nascido em Kyoto, antiga capital do Japão, ele ingressou no elenco em 1986.
Takagishi aprendeu a dançar "Bolero" com Jorge Donn, o intérprete mais marcante desta obra de Béjart.
"Substituí Donn em Bolero cerca de oito anos atrás, em uma apresentação na Bélgica", diz Takagishi, hoje com 32 anos. "Desde então, já dancei mais de 60 vezes esse balé, que permite uma explosão de sentimentos."
Na esteira do veterano Takagishi, um bailarino mais jovem da companhia -Yasuyuki Shuto, 26- vem eletrizando platéias.
Segundo o mestre Mizoshita, Shuto possui carisma especial, sabendo combinar, em suas interpretações, exuberância técnica a certa timidez japonesa.
No elenco feminino do Ballet de Tokyo, o destaque é Mika Yoshioka. Com grande versatilidade, ela tem feito sucesso tanto em papéis clássicos como em contemporâneos. (AFP)



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