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Filme vale uma corrida ao cinema
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
Você já viu esse filme antes.
Uma pessoa -que pode ser um
homem de meia idade ou uma jovem de vinte e poucos anos- enfrenta uma situação complicada e
acaba recebendo uma nova chance de fazer as coisas darem certo.
Mas nunca na velocidade de
"Corra Lola Corra", exibido hoje
no Festival do Rio 99, que termina
amanhã.
Poucos filmes são tão fiéis ao título como este. Na história, Lola
corre como uma louca durante
quase todos os 81 minutos de projeção. Ela precisa arrumar 100 mil
marcos para salvar a vida do namorado, Manni, metido com um
traficante barra-pesada.
Acontece que essa dinheirama
tem que ser conseguida em apenas 20 minutos. O grande interesse é descobrir o que o diretor Tom
Tykwer faz com os outros 61 minutos de filme. Lola e o namorado
erram, tentam de novo e sofrem
as consequências, num ritmo de
videogame em que, ao fracassar,
basta começar tudo de novo.
O apuro visual e a fluidez narrativa de "Corra Lola Corra" são o
grande diferencial deste filme para outros similares, como "O Feitiço do Tempo". O sucesso da
produção tornou Tykwer um diretor "quente" mundialmente.
Antes ele dirigira "Deadly Maria"
(1993) e "Winter Sleepers" (1997),
recebidos sem empolgação.
O filme está recheado de frases e
referências -como está se tornando cada vez mais comum e, às
vezes, irritante nos filmes contemporâneos.
Logo na abertura, há um poema
de T.S. Elliot que se mistura a algumas frases feitas do técnico
Sepp Herberger, uma espécie de
Neném Prancha germânico que
levou sua seleção a vencer a Copa
do Mundo de 1954, na Suíça. Tudo tenta mostrar ao espectador
que, quando algo dá errado, é preciso tentar novamente -e sempre vale a pena tentar de novo.
Assim, a cada vez que Lola tenta
resolver a situação de novo, cada
ação que ela faz de um jeito diferente resulta em uma outra mudança sutil (notada apenas pelo
espectador) que pode, no fim, alterar toda a história, condenando
ou salvando seu querido Manni.
"Sempre começo com a imagem, depois construo a história.
Nesse filme, a imagem era a de
uma mulher correndo. Um filme
dinâmico é uma necessidade primária de qualquer cineasta", afirma Tykwer.
Avaliação:
Filme: Corra Lola Corra
Direção: Tom Tykwer
Produção: Alemanha, 1998
Com: Franka Potente, Moritz Bleibtreu
Quando: hoje, às 21h30, no cine Rio Sul
(r. Lauro Muller, 116, Botafogo, Rio, tel.
0/xx/21/542-1098)
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