DA REPORTAGEM LOCAL

O psicanalista Fábio Herrmann, 56, médico psiquiatra de formação e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), é autor da mais importante contribuição nacional à discussão que envolve várias escolas de pensamento psicanalítico. A Teoria dos Campos, que pretende dar uma resposta original justamente ao problema posto pela existência de distintas correntes dentro da psicanálise, está exposta em uma trilogia chamada "Os Andaimes do Real".
Segundo Herrmann, os pensadores que se seguiram a Freud, como Melanie Klein, Ana Freud, Jacques Lacan e Wilfred Bion, postularam ter descoberto novos aspectos do inconsciente. "Eu penso que, na verdade, eles descobriram campos do inconsciente", diz o autor brasileiro.
A idéia de Herrmann é que o inconsciente se organiza em redes. Quando o indivíduo está no interior de uma delas, não consegue percebê-la, uma vez que para ele não há mundo exterior à própria rede. A rede é percebida como sendo o mundo.
Para que a dupla analítica analista e paciente possa trazer à tona a rede inconsciente que organiza certo aspecto do real, é preciso tensionar o campo até que ele se quebre. "Então pedaços dele podem emergir na forma de representação, isto é, sentimentos e idéias", explica Herrmann. "Por isso, prefiro chamar a teoria de "ruptura de campo"."
Um dos maiores interesses de Herrmann está em aplicar o método a situações externas à psicanálise. "Com ele, pode-se entender fenômenos relativos a grupos de trabalho, questões culturais e sentimentos que em geral escapam à teoria analítica, como saudades, teimosia e bondade." (AS)


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