São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2000

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Bacon está em todas as cenas

ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Kevin Bacon passou 264 dias sem roupa, com o corpo pintado de verde, azul e preto, fazendo horas de maquiagem e sendo varrido por scanners para poder ficar invisível nas telas.
"No primeiro dia, num laboratório, me deixaram completamente nu e fotografaram digitalmente cada poro do meu corpo. No final, disseram que não tinham conseguido "informação" suficiente na região de minha genitália. Nunca passei humilhação maior", conta.
Bacon, 42, não imaginava que a experiência seria tão desgastante. Em um filme cujo protagonista é um efeito especial, Bacon aparece só no início. Depois entra em cena a criação digital. Novos softwares e dois anos de pesquisas foram necessários para levar o homem invisível às telas.
"Para dar o tom ideal, não poderíamos fazer cadeiras andarem sozinhas, canetas voarem pelo set. Precisávamos criar de fato um homem invisível, construí-lo da forma mais real possível", disse Scott E. Anderson, diretor de efeitos especiais. Em uma das cenas, vê-se a versão digital de Bacon ser lentamente descascada, da pele ao esqueleto, passando por músculos e ligamentos.
Mesmo não aparecendo, Bacon teve de participar de todas as cenas, geralmente pintado de verde. Sua imagem era depois retirada da cena. "Por isso tivemos dificuldade em encontrar um ator de peso que aceitasse fazer o filme", disse o produtor Douglas Wick.
Em 99, divulgou-se que Robert Downey Jr., ainda na cadeia por porte de drogas, seria o ator, mas as negociações não vingaram.
"O que me seduziu foi a transformação de homem em monstro", disse Bacon. "Eu sabia que não apareceria muito, mas interpretar um monstro, mesmo se já tive a minha dose de malvadezas em Hollywood, me atraiu." (ML)

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