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Bacon está em todas as cenas
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES
Kevin Bacon passou 264 dias
sem roupa, com o corpo pintado
de verde, azul e preto, fazendo horas de maquiagem e sendo varrido por scanners para poder ficar
invisível nas telas.
"No primeiro dia, num laboratório, me deixaram completamente nu e fotografaram digitalmente cada poro do meu corpo.
No final, disseram que não tinham conseguido "informação"
suficiente na região de minha genitália. Nunca passei humilhação
maior", conta.
Bacon, 42, não imaginava que a
experiência seria tão desgastante.
Em um filme cujo protagonista é
um efeito especial, Bacon aparece
só no início. Depois entra em cena
a criação digital. Novos softwares
e dois anos de pesquisas foram
necessários para levar o homem
invisível às telas.
"Para dar o tom ideal, não poderíamos fazer cadeiras andarem
sozinhas, canetas voarem pelo set.
Precisávamos criar de fato um homem invisível, construí-lo da forma mais real possível", disse Scott
E. Anderson, diretor de efeitos especiais. Em uma das cenas, vê-se a
versão digital de Bacon ser lentamente descascada, da pele ao esqueleto, passando por músculos e
ligamentos.
Mesmo não aparecendo, Bacon
teve de participar de todas as cenas, geralmente pintado de verde.
Sua imagem era depois retirada
da cena. "Por isso tivemos dificuldade em encontrar um ator de peso que aceitasse fazer o filme",
disse o produtor Douglas Wick.
Em 99, divulgou-se que Robert
Downey Jr., ainda na cadeia por
porte de drogas, seria o ator, mas
as negociações não vingaram.
"O que me seduziu foi a transformação de homem em monstro", disse Bacon. "Eu sabia que
não apareceria muito, mas interpretar um monstro, mesmo se já
tive a minha dose de malvadezas
em Hollywood, me atraiu."
(ML)
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