São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Peça retrata contradições sociais do país

DA REPORTAGEM LOCAL

Na estréia de "Ópera do Malandro", em 1978, Chico Buarque declarou que o musical fazia um paralelo com as contradições sociais e políticas do Brasil de Getúlio Vargas, nos anos 40.
Gabriel Villela aproveita a deixa para espelhar em sua montagem "o estábulo em que se transformou o Brasil". Alude, por exemplo, ao ex-juiz foragido Nicolau dos Santos Neto.
A peça conta a história do malandro e contrabandista Max Overseas (Marcelo Várzea), que vive uma conturbada relação com Teresinha (Naomy Schölling). Ela é filha de um casal de comerciantes, Duran (Gustavo Trestine) e Vitória (Vera Mancini), que na verdade comandam uma rede de bordéis.
"Ópera do Malandro" se passa no subúrbio carioca da Lapa, nos anos 40, e expõe o submundo da bandidagem. "O musical reúne todo tipo de pessoas e instituições em torno da malandragem, de uma nação absolutamente entregue às falcatruas, à corrupção, ao comércio generalizado do corpo", diz Villela.
Em cena, são 23 atores, cantores ou dançarinos vindos de Estados como Espírito Santo, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Paraná. Eles foram selecionados entre cerca de 600 candidatos.
São artistas como o ator Sérgio Rufino, no papel de Geni, e a cantora Adriana Capparelli, que vive Lúcia, papel originalmente interpretado por Elba Ramalho e depois Tânia Alves.
Algumas das 25 canções do musical tornaram-se sucessos consagrados na carreira de Chico, como "Pedaço de Mim", "Folhetim" e "Geni e o Zepelim".
A estréia hoje, exatos 52 anos do TBC, marca também o lançamento da Companhia Estável de Repertório, com a qual Villela dará sequência à trilogia de musicais de Chico até 2001 ("Gota d'Água" e "Calabar"). (VS)



Texto Anterior: Teatro: Villela quer antimusical em "Ópera do Malandro"
Próximo Texto: Gregori discute nova portaria com representante de emissoras de TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.