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Peça retrata contradições sociais do país
DA REPORTAGEM LOCAL
Na estréia de "Ópera do
Malandro", em 1978, Chico
Buarque declarou que o musical fazia um paralelo com
as contradições sociais e políticas do Brasil de Getúlio
Vargas, nos anos 40.
Gabriel Villela aproveita a
deixa para espelhar em sua
montagem "o estábulo em
que se transformou o Brasil". Alude, por exemplo, ao
ex-juiz foragido Nicolau dos
Santos Neto.
A peça conta a história do
malandro e contrabandista
Max Overseas (Marcelo Várzea), que vive uma conturbada relação com Teresinha
(Naomy Schölling). Ela é filha de um casal de comerciantes, Duran (Gustavo
Trestine) e Vitória (Vera
Mancini), que na verdade
comandam uma rede de
bordéis.
"Ópera do Malandro" se
passa no subúrbio carioca da
Lapa, nos anos 40, e expõe o
submundo da bandidagem.
"O musical reúne todo tipo
de pessoas e instituições em
torno da malandragem, de
uma nação absolutamente
entregue às falcatruas, à corrupção, ao comércio generalizado do corpo", diz Villela.
Em cena, são 23 atores,
cantores ou dançarinos vindos de Estados como Espírito Santo, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Paraná. Eles foram selecionados entre cerca
de 600 candidatos.
São artistas como o ator
Sérgio Rufino, no papel de
Geni, e a cantora Adriana
Capparelli, que vive Lúcia,
papel originalmente interpretado por Elba Ramalho e
depois Tânia Alves.
Algumas das 25 canções
do musical tornaram-se sucessos consagrados na carreira de Chico, como "Pedaço de Mim", "Folhetim" e
"Geni e o Zepelim".
A estréia hoje, exatos 52
anos do TBC, marca também o lançamento da Companhia Estável de Repertório, com a qual Villela dará
sequência à trilogia de musicais de Chico até 2001 ("Gota
d'Água" e "Calabar").
(VS)
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