São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010
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Novelão de arte
A vida é folhetim sem final feliz , diz Raúl Ruiz, sobre o filme "Mistérios de Lisboa" , na Mostra
ALCINO LEITE NETO EDITOR DA PUBLIFOLHA Uma das atrações centrais desta Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, "Mistérios de Lisboa" é também um dos filmes mais belos e acessíveis do chileno Raúl Ruiz, que vive há décadas na França. Baseado no folhetim homônimo de Camilo Castelo Branco (1825-1890), foi produzido para a TV. A versão de quatro horas e meia para a tela é uma preciosidade do cinema atual. A partir da misteriosa história de um órfão, desenrola uma série de desventuras amorosas. O experimentalismo de Ruiz está presente em "Mistérios de Lisboa", mas combinado a uma linguagem aparentemente clássica e a uma fruição emocionante, que arrebata o espectador. Exceto que falta o "happy end" tão obrigatório na TV. "A vida é incoerente e é um caos, ou seja, é um folhetim, mas sem "happy end'", diz o diretor à Folha a seguir. ![]()
O sr. afirmou que o princípio
da vontade individual, que
faz mover o personagem do
cinema americano, não se
aplica a seus filmes. O que
move seus personagens?
"Mistérios de Lisboa" se ocupa também de algo que o sr.
raramente abordou: o amor-paixão. Por que se interessou
por isso, agora?
Foi isso que lhe chamou a
atenção no livro de Camilo?
A história dos mineiros chilenos daria um bom filme?
O sr. assiste às séries americanas, que têm feito tanto sucesso? E já teve oportunidade de ver as novelas brasileiras? Sim, elas são muito simpáticas. Vê-se que são de um país "enfático", frontal, com um discurso aberto -o que me choca um pouco. Mas assisti a trechos de "Maysa", que tinha planos bonitos.
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