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CINEMA
Cultura estuda fórmula de incentivo à exibição de filmes nacionais com base na taxação da produção estrangeira
Weffort quer onerar o "lixo internacional'
da Sucursal de Brasília
A decisão política está tomada,
só falta escolher a melhor dentre as
várias propostas existentes. O ministro da Cultura, Francisco Weffort, disse anteontem que está estudando uma fórmula de incentivo
à exibição do cinema nacional e
que a fórmula mais provável deve
ser a taxação do "lixo cinematográfico internacional". A decisão
sai até o final de novembro.
A comissão de cinema do ministério, que reúne técnicos, diretores, produtores e exibidores, vai se
reunir no próximo dia 6 de novembro para discutir o assunto. "Quero ouvir todas as partes. Em novembro sairá uma portaria com a
medida", confirmou Weffort.
O ministério decidiu taxar o "lixo internacional" depois de constatar, por meio de um levantamento feito nas 395 salas de exibição
informatizadas, que, em 1997, pelo
menos 80 filmes tiveram menos de
10 mil espectadores. Desses, apenas dois eram nacionais. Ao todo,
o Brasil tem 1.300 salas de exibição.
Os produtos nacionais são 8% da
oferta, com público entre 5% a 6%.
Muitos dos filmes que, segundo
o ministério, só fazem "preencher
espaço", são exibidos porque foram importados como contrapeso
dentro de um pacote onde existia
um filme de grande bilheteria.
"Estão importando coisas que
não têm mercado, mas ocupam
mercado dos nossos filmes. Por isso, virá um procedimento que
onere esse tipo de filme, para que o
importador pense duas ou mais
vezes antes de fechar o negócio."
Moacir de Oliveira, secretário de
Audiovisual do Ministério da Cultura, disse à Folha que uma das hipóteses é aumentar a taxa de registro dos produtos, a partir de uma
certa quantidade de filmes importados. Hoje, qualquer produto paga uma taxa de R$ 1.025 por segmento a explorar (sala de cinema,
vídeo, TV aberta, TV paga etc).
A idéia em estudo prevê que, a
partir de uma certa quantidade de
filmes comprados no exterior, essa
taxa por produto excedente seja
tão alta que desistimule a importação indiscriminada. Outra opção é
taxar as cópias feitas aqui.
A política cultural de incentivo à
exibição prevê ainda a abertura de
uma linha de crédito especial, com
juros subsidiados, para lançamento de filmes brasileiros.
²
Filmes no MoMA
O Ministério da Cultura divulgou
ontem a lista dos 60 longas e 17
curtas que, no próximo dia 12 de
novembro, começam a ser exibidos na mostra "Cinema Novo and
Beyond", no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).
São 21 filmes dos anos 60, 14 dos
anos 70, 12 dos anos 80 e 13 dos 90.
Para o próximo ano está sendo
programada outra mostra especial
de cinema brasileiro dos anos 90.
Será em Londres, sob coordenação
do British Institut of Film.
(RUI NOGUEIRA)
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