|
Texto Anterior | Índice
Família de Chico Science processa a Fiat
VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Recife
Os pais e a filha do cantor e compositor Chico Science, morto em
um acidente automobilístico em 2
de fevereiro do ano passado, entraram ontem com uma ação de
indenização contra a Fiat na 8ª Vara Cível de Olinda (PE).
Chico Science morreu de traumatismo craniano, causado pelo
choque do carro que dirigia (um
Fiat Uno Mille 96) com um poste,
na cidade de Olinda.
Com o choque, a parte metálica
do cinto de segurança do automóvel se rompeu e, segundo os advogados que representam a família,
esse é o motivo pelo qual será pedida uma indenização à Fiat.
"Se o cinto não tivesse rompido,
possivelmente o cantor não teria
morrido, conforme mostrou a perícia realizada no caso", disse o
advogado Antônio Campos, 30.
Science estava sozinho no carro.
Com o impacto da batida e o rompimento do cinto, o cantor foi
projetado para o lado direito do
automóvel, batendo com a cabeça
no teto.
"O lado em que ele estava não
sofreu o mesmo impacto. Sem o
rompimento do cinto, ele não teria sido projetado para o lado e então poderia ter sobrevivido", disse Campos.
A ação não estipula o valor da
indenização. Campos disse que o
valor deve levar em conta, entre
outras coisas, a expectativa de vida
do cantor e o potencial econômico
de sua carreira, que estava em ascensão.
O cantor -um dos criadores do
movimento mangue, que projetou
uma série de bandas de Pernambuco para o cenário nacional-
estava dirigindo a uma velocidade
superior a 100 km/h no momento
do acidente, segundo indicou a
perícia realizada na época pelo IC
(Instituto de Criminalística).
A velocidade máxima permitida
era de 70 km (hoje é de 80 km).
A Fiat considera que não tem
responsabilidade pela morte de
Chico Science, segundo informou
ontem a assessoria de comunicação social da empresa.
De acordo com a assessoria, a
Fiat vai aguardar ser comunicada
pela Justiça sobre a ação para se
pronunciar sobre o caso.
Texto Anterior | Índice
|