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Cinco são detidos na Parada da Paz
DANIEL CASTRO
da Reportagem Local
Com uma camiseta da banda
Legião Urbana, Anderson Silva
de Brito, 18, se dizia um cyberpunk. Foi agredido por cerca
de dez rapazes, alguns com
skates nas mãos. Ele se defendeu, mas, acuado contra uma
grade, levou alguns golpes.
Anderson foi salvo pela Polícia Militar. Seus agressores fugiram. "Os skatistas queriam
me zoar", era tudo o que dizia,
ainda verificando se não havia
sangramento no piercing logo
abaixo do lábio inferior.
O episódio acima, presenciado pela Folha, ocorreu sábado
à noite na frente da Assembléia
Legislativa de São Paulo, no
Ibirapuera (zona sudoeste),
durante a Parada da Paz 99.
Cinco rapazes foram detidos
pela polícia em um outro incidente entre cybermanos (clubbers da periferia) e skatistas,
tribos que se odeiam.
Foi a terceira Parada da Paz.
Apesar das brigas, ninguém ficou ferido gravemente. A paz
predominou, mas pouco foi
lembrada pelos DJs e locutores.
Era mesmo um Carnaval de
música eletrônica, com suas
variantes representadas em nove trios elétricos.
Os organizadores avaliaram
em 30 mil os participantes,
contra 15 mil em 98. Segundo o
Comando de Policiamento de
Trânsito, foram 10 mil pessoas.
Desde as 16h, a parada percorreu toda a avenida República do Líbano. Chegou a ocupar
uma extensão de mais de um
quilômetro. Na frente, iam os
cybermanos; no meio, um público mais GLS e no final, os
clubbers "mais autênticos".
Por volta das 19h30, os trios
elétricos se concentraram em
frente à Assembléia, onde alguns deles ficaram até as 23h.
Os cinco rapazes detidos foram liberados às 22h. "Foi a
maior zoeira. Sei que tomei tapa pra caramba", relatou um
deles, o repositor Aldo Aparecido Santos, 21, clubber do Capão Redondo (zona sul), detido ao tentar invadir o Círculo
Militar, ao lado da Assembléia.
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