São Paulo, Segunda-feira, 29 de Novembro de 1999


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Cinco são detidos na Parada da Paz

DANIEL CASTRO
da Reportagem Local

Com uma camiseta da banda Legião Urbana, Anderson Silva de Brito, 18, se dizia um cyberpunk. Foi agredido por cerca de dez rapazes, alguns com skates nas mãos. Ele se defendeu, mas, acuado contra uma grade, levou alguns golpes.
Anderson foi salvo pela Polícia Militar. Seus agressores fugiram. "Os skatistas queriam me zoar", era tudo o que dizia, ainda verificando se não havia sangramento no piercing logo abaixo do lábio inferior.
O episódio acima, presenciado pela Folha, ocorreu sábado à noite na frente da Assembléia Legislativa de São Paulo, no Ibirapuera (zona sudoeste), durante a Parada da Paz 99.
Cinco rapazes foram detidos pela polícia em um outro incidente entre cybermanos (clubbers da periferia) e skatistas, tribos que se odeiam.
Foi a terceira Parada da Paz. Apesar das brigas, ninguém ficou ferido gravemente. A paz predominou, mas pouco foi lembrada pelos DJs e locutores. Era mesmo um Carnaval de música eletrônica, com suas variantes representadas em nove trios elétricos.
Os organizadores avaliaram em 30 mil os participantes, contra 15 mil em 98. Segundo o Comando de Policiamento de Trânsito, foram 10 mil pessoas.
Desde as 16h, a parada percorreu toda a avenida República do Líbano. Chegou a ocupar uma extensão de mais de um quilômetro. Na frente, iam os cybermanos; no meio, um público mais GLS e no final, os clubbers "mais autênticos".
Por volta das 19h30, os trios elétricos se concentraram em frente à Assembléia, onde alguns deles ficaram até as 23h.
Os cinco rapazes detidos foram liberados às 22h. "Foi a maior zoeira. Sei que tomei tapa pra caramba", relatou um deles, o repositor Aldo Aparecido Santos, 21, clubber do Capão Redondo (zona sul), detido ao tentar invadir o Círculo Militar, ao lado da Assembléia.


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