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PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Procurador acusa Campello de aprovar projeto de sua própria firma
Presidente do Iphan sofre denúncia
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Acusado de aprovar projeto de
sua firma particular para a reforma do tombado Palacete Laje (zona sul do Rio), o presidente do
Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional),
Glauco de Oliveira Campello, foi
denunciado à Justiça pelo procurador da República Artur Gueiros.
A denúncia foi enviada à 13ª Vara Federal do Rio. Campello e Carlos Lyra, coordenador do Iphan no
Estado, devem ser interrogados
em janeiro pela Justiça.
Eles foram denunciados por suposto crime de prevaricação (realizado por funcionário público,
para satisfação de interesse pessoal) e auxílio à prática de crime. A
pena em caso de condenação é de
três meses a um ano de detenção.
Campello já é réu em processo
cível. Ele é acusado de praticar improbidade (desonestidade) administrativa, por ter aprovado o projeto de remodelação do Palacete
Laje preparado pela P/A Planejamento e Arquitetura Limitada.
Com a nova denúncia, Campello
e Lyra responderão a processo criminal pela mesma acusação.
Sócio
Conforme documentação anexada ao processo, Campello era
sócio, gerente e responsável técnico da P/A em outubro de 94, quando a Ameav (Associação dos Amigos da Escola de Artes Visuais) do
Parque Laje apresentou ao Iphan
projeto de remodelação do conjunto arquitetônico tombado.
Apesar de o projeto da P/A ter
sido recusado pelo corpo técnico
do Iphan, o coordenador do órgão
no Rio, Cyro Lyra, o aprovou, sem
considerar o parecer contrário.
Baseado na decisão de Lyra, o
Ministério da Cultura aprovou o
projeto da P/A, orçado em R$ 2
milhões, dos quais R$ 350 mil seriam destinados à firma.
O dinheiro não chegou a ser pago porque a Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico entrou na Justiça contra as
obras.
"A aprovação de Lyra teve por
objetivo satisfazer as pretensões de
seu superior hierárquico, Glauco
de Oliveira Campello", disse o
procurador Gueiros.
Procedimento administrativo do
ministério concluiu pela responsabilidade disciplinar de Campello. A decisão foi desconsiderada
pelo ministro Francisco Weffort,
que, baseado em um parecer jurídico, inocentou Campello.
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