São Paulo, quarta-feira, 30 de janeiro de 2002

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Neomilitância chega em livros

DA REPORTAGEM LOCAL

Antiglobalizantes do mundo todo, uni-vos nas livrarias. Com o trampolim do Fórum Social, diversas editoras brasileiras aproveitam para lançar obras afinadas com as neomilitâncias à Seattle.
O principal lançamento se chama "Sem Logo" ("No Logo"), o livro-sensação de Naomi Klein, saudado pelo "The New York Times" como "Bíblia de um movimento" e pelo "The Observer" como ""O Capital" do crescente movimento anticorporativo".
Lançado em 2000, o trabalho da jornalista canadense, que viaja esta noite para o encontro de Porto Alegre, está chegando esta semana às prateleiras do Brasil, lançamento da Record.
Escrito sem teoriquês, o livro tem como base uma investigação jornalística de fôlego sobre como corporações do porte de Coca-Cola, Shell e McDonald's passaram, nas últimas duas décadas, a investir mais em suas marcas do que nos seus produtos.
Um exemplo "emblemático" apresentado por Klein é o da Nike, que, em 1992, pagou US$ 20 milhões ao astro do basquete americano Michael Jordan para propagandear pares de tênis efetivamente fabricados por 30 mil indonésios que não recebiam nem metade desse valor.
Além de Klein, outras estrelas do encontro porto-alegrense também chegam com livros novos. Um exemplo é "11 de Setembro", do linguista americano Noam Chomski, compilação de entrevistas sobre o dia fatídico publicada pela Bertrand Brasil.
Editoras com força no debate neo-esquerdista, como a Boitempo, também têm nova safra: "O Relatório Lugano", ficção política da americana Susan George, e "O Nome da Marca: McDonald's, Fetichismo e Cultura Descartável", ensaio parente de "Sem Logo", da brasileira Isleide Fontenelle.
A Loyola vem com "História da Sociedade da Informação", de Armand Mattelart. A Vozes vem de "Teoria da Revolução", do franco-brasileiro Michael Löwy. A Gryphus e o Museu da República publicam "Vozes do Milênio", de Michael Hardt. E por aí vai.
(CASSIANO ELEK MACHADO)



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