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São Paulo, quinta-feira, 30 de janeiro de 2003

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NET CETERA

O prodígio da feira de ciências

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Para completar a trilogia de colunas com histórias de garotos que estão revolucionando a internet, vale a pena conhecer Adnan Osmani, estudante irlandês de 16 anos. Há alguns dias ele balançou o edifício do mundo virtual ao singelamente apresentar seu trabalho para a feira de ciências de sua escola.
Ali, na Escola St. Finian, na cidade de Mullingar, a 80 quilômetros de Dublin, ele mostrou a seus embasbacados professores um projeto de browser que, se confirmado, pode aumentar a velocidade com que trabalham os principais nomes (Explorer, Netscape) hoje em dia em até 600 vezes.
Além disso, sua invenção, batizada de Xwebs, traz embutidos 120 mecanismos de busca, um DVD player, os "media players" mais conhecidos e editores de HTML e WAP. O pulo do gato?
Diferentemente dos hoje em uso, que lidam com apenas uma via de informações por vez, o browser de Osmani divide as tarefas em várias correntes menores e, portanto, mais rápidas.
"É o único em que você pode navegar ao mesmo tempo em que assiste a um DVD", disse ele, que criou um personagem que ensina passo-a-passo o que o usuário deve fazer (batizou-o de Phoebe, como a maluquinha de "Friends").
Ele ganhou o grande prêmio, como atesta o site oficial da feira (www.esatys.com), e chamou a atenção dos principais nomes do meio on-line. "A técnica que inventou parece original", disse à revista "Wired" Leonard Hobbs, da Intel irlandesa, que foi um dos juizes e defendeu o reconhecimento máximo ao estudante.
Com ele concordou Gary McDarby, representante do prestigioso Massachusetts Institute of Technology (MIT) no Media Lab Europe, outro dos juízes. "Mesmo se a velocidade se provar menor do que a divulgada, com sua invenção ele já elevou o padrão utilizado pelas empresas comerciais", disse o acadêmico.
Filho de dois médicos, Osmani ganhou seu primeiro computador aos 10 anos. Entre seus ídolos, coloca Steve Jobs e Steve Wozniak, fundadores da Apple, e o hacker Kevin Mitnick.
Diz que gastou 18 meses criando o Xwebs e que um de seus objetivos era impressionar o pessoal da feira de ciências, principalmente Sarah Flannery, que havia ganho o prêmio há alguns anos. "Mas na verdade eu só queria um browser mais rápido para que eu mesmo pudesse usar."
 
Saio de férias em fevereiro; a coluna volta em março. Até lá.

sergiodavila@uol.com.br
www.uol.com.br/sergiodavila


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