São Paulo, sexta-feira, 30 de março de 2001

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VÍDEO/LANÇAMENTO

Douglas sai da linha na comédia de erros "Garotos Incríveis"

DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Se a expressão "entretenimento inteligente" ainda faz sentido, ela serve para definir "Garotos Incríveis". Sintomaticamente, o filme só ganhou o Oscar de melhor canção ("Things Have Changed", de Bob Dylan).
É uma deliciosa comédia de erros em que se cruzam, no espaço de dois dias e duas noites na cidade de Pittsburgh (EUA), os destinos de dois escritores desajustados: um maduro, Grady Tripp (Michael Douglas), outro aprendiz, James Leer (Tobey Maguire).
Essa ode aos não-enquadrados é narrada em "off" por Tripp, que atravessa um inferno astral: sua mulher acaba de abandoná-lo; sua amante casada (Frances McDormand) anuncia que está grávida; seu editor (Robert Downey Jr.) está na cidade para cobrar-lhe o novo livro, empacado por um bloqueio criativo.
Leer, o mais promissor e esquisitinho dos alunos de Tripp, entra em cena para complicar as coisas. No grande evento literário da cidade, os dois, chapados por maconha, álcool e codeína, acabam por desencadear uma inacreditável série de trapalhadas.
O mérito maior de Curtis Hanson (de "Los Angeles, Cidade Proibida") é dar ao engenhoso roteiro um andamento aparentemente trôpego e casual, como num improviso jazzístico que não deixa nenhuma nota solta no ar.
A ação contínua, só interrompida por uma tola elipse final, intensifica a sensação de vertigem.
Despido da aura de "herói cumpridor", Douglas apresenta sua melhor atuação, magnificamente coadjuvado por Maguire e Downey Jr. (JOSÉ GERALDO COUTO)


Garotos Incríveis
Wonder Boys

   
Direção: Curtis Hanson
Produção: EUA, 2000
Com: Michael Douglas, Tobey Maguire Distribuidora: Warner




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