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VÍDEO/LANÇAMENTO
Douglas sai da linha na comédia de erros "Garotos Incríveis"
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Se a expressão "entretenimento inteligente" ainda faz
sentido, ela serve para definir
"Garotos Incríveis". Sintomaticamente, o filme só ganhou o Oscar
de melhor canção ("Things Have
Changed", de Bob Dylan).
É uma deliciosa comédia de erros em que se cruzam, no espaço
de dois dias e duas noites na cidade de Pittsburgh (EUA), os destinos de dois escritores desajustados: um maduro, Grady Tripp
(Michael Douglas), outro aprendiz, James Leer (Tobey Maguire).
Essa ode aos não-enquadrados
é narrada em "off" por Tripp, que
atravessa um inferno astral: sua
mulher acaba de abandoná-lo;
sua amante casada (Frances
McDormand) anuncia que está
grávida; seu editor (Robert Downey Jr.) está na cidade para cobrar-lhe o novo livro, empacado
por um bloqueio criativo.
Leer, o mais promissor e esquisitinho dos alunos de Tripp, entra
em cena para complicar as coisas.
No grande evento literário da cidade, os dois, chapados por maconha, álcool e codeína, acabam
por desencadear uma inacreditável série de trapalhadas.
O mérito maior de Curtis Hanson (de "Los Angeles, Cidade
Proibida") é dar ao engenhoso roteiro um andamento aparentemente trôpego e casual, como
num improviso jazzístico que não
deixa nenhuma nota solta no ar.
A ação contínua, só interrompida por uma tola elipse final, intensifica a sensação de vertigem.
Despido da aura de "herói cumpridor", Douglas apresenta sua
melhor atuação, magnificamente
coadjuvado por Maguire e Downey Jr.
(JOSÉ GERALDO COUTO)
Garotos Incríveis
Wonder Boys
Direção: Curtis Hanson
Produção: EUA, 2000
Com: Michael Douglas, Tobey Maguire
Distribuidora: Warner
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