São Paulo, quarta, 30 de abril de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÚSICA
U2 estréia show pirotécnico "PopMart"

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a San Diego

"PopMart", a nova turnê do U2, iniciada na última sexta-feira com uma apresentação em Las Vegas, desmente de cara uma afirmação de Bono, o vocalista do grupo.
Ele havia dito que a música, não a tecnologia, era a principal preocupação do conjunto irlandês. Não é a impressão que fica após uma apresentação do grupo.
Abusando de efeitos especiais computadorizados, os organizadores utilizaram imagens das obras de artistas pop como Andy Warhol e Roy Lichtenstein para ``ilustrar'' suas músicas.
Um telão de 57 metros de comprimento por 19 de altura, apresentado pelo conjunto como o maior do mundo, um arco dourado de 33 metros de altura e um globo de espelhos de 13 metros de diâmetro compunham o cenário.
``Quisemos criar um show pirotécnico, com muitas luzes, desenhos animados, imagens cinematográficas...'', disse Jake Kennedy, um dos responsáveis pela turnê.
``O público se sente dançando nas imagens. Criamos um filme de ficção científica ao vivo'', afirmou o produtor Willie Williams.
A turnê, que anteontem passou pele estádio Jack Murphy, em San Diego, na Califórnia, comemora o lançamento de ``Pop'', o nono álbum do conjunto.
Logo na primeira semana, vendeu 349 mil cópias nos Estados Unidos. Em 27 países, apareceu em primeiro lugar nas listas dos mais vendidos.
Em janeiro do ano que vem, o conjunto deve chegar ao Brasil, fazendo apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Nos dois primeiros shows do U2, que ainda tem programados mais 78 até junho de 1998, ano em que completará seu 20º aniversário, as músicas que levantaram a platéia foram as mais antigas.
O público vibra com sucessos de álbuns anteriores, como ``With or Without You'', ``In the Name of Love'' e ``Still Haven't Found What I'm Looking For''.
Organizar a estrutura de "PopMart" não foi fácil. Nem barato. Só o telão custou US$ 6 milhões. Com salários e transportes, são gastos US$ 214 mil por dia. Os demais custos operacionais chegam a US$ 125 mil por dia.
No total, após 14 meses de apresentações, terão sido consumidos cerca de US$ 180 milhões.
Com a venda de ingressos e do álbum, o empresário Paul McGuinness espera que até o fim do ano as contas estejam equilibradas.
``Nosso trabalho está apenas no começo, mas só com venda antecipada de ingressos na Europa e Estados Unidos já arrecadamos US$ 80 milhões'', comemorou.


O jornalista João Carlos Assumpção viajou a convite da PolyGram do Brasil

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã