São Paulo, quarta, 30 de abril de 1997.

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Brasileiro assina com gravadora de Beck

JOÃO MARCELLO BÔSCOLI
especial para a Folha

O baterista e produtor Rocco iniciou sua carreira aos 15 anos, colaborando com Dulce Quental e Tókio, durante a cena pop anos 80 no Brasil. Na virada da década, viajou buscando novos horizontes em Los Angeles, Califórnia. Sua intenção era estudar no Musical Institute e depois cair no mercado. Desapontado, abandonou o curso para trabalhar numa pizzaria.
Procurando contato musical através de publicações especializadas, encontrou sua primeira banda, a 1000 Monalisa, que se notabilizou por ser pioneira em sua relação com a Internet.
Desgastou-se por ser um projeto de rock dentro da gigante RCA -gravadora concentrada em dance, latino e popular.
Há seis meses rompeu com a banda transferindo-se para o Fluorescein, grupo que assina essa semana com a gravadora Geffen (a mesma de Beck e Nirvana).
Rocco deu essa entrevista à Folha, durante sua passagem pelo Brasil, onde visita sua família e produz alguns projetos com Bidi, seu irmão.

Folha - Você teve banda e contrato com gravadoras no Brasil e nos EUA. Qual é a diferença?
Rocco -
Nos EUA existe uma preocupação com o desenvolvimento da carreira do artista, enquanto no Brasil as atenções estão voltadas para o sucesso imediato.
Folha - Você vive e trabalha em Los Angeles há sete anos. Como é a cena musical da cidade?
Rocco -
Existem dezenas de clubes, em bairros diferentes, onde bandas novas estão sempre se apresentando. No momento, as novidades vêm de um bairro chamado Silverlake, de onde Beck e nós do Fluorescein surgimos.
Folha - A música brasileira popular é conhecida?
Rocco -
Muito pouco. A não ser bossa nova.
Folha - Como é a vida de uma banda com contrato nos EUA?
Rocco -
A gravadora lhe dá uma van, suporte na estrada e um salário. Quando o single não chega às rádios, o trabalho na turnê fica mais longo e difícil, mas chega um instante em que existe público e a rádio acaba tocando.

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