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`Casa da Bossa' promove mix de gerações
LUIZ ANTÔNIO RYFF
do enviado especial ao Rio
Depois do sucesso da ``Casa de
Samba'', que vendeu quase 200 mil
cópias juntando sambistas em
duetos com músicos de outros gêneros, a PolyGram resolveu investir no formato.
No mês passado, a gravadora
produziu o ``Casa de Samba 2'',
que deve ser lançado nesta semana, e, anteontem e ontem, gravou
a ``Casa da Bossa''. E estão agendados, ainda para 1997, a ``Casa da
Seresta'' e a ``Casa do Rock''.
Na gravação de anteontem, sete
duetos unindo músicos ligados à
bossa nova e adeptos de outros gêneros fizeram o show.
O trompetista Márcio Montarroyos se juntou ao Zimbo Trio em
``Nana'', Claudete Soares e Guilherme Arantes cantaram ``Samba
em Prelúdio'', Wanda de Sá e Zé
Renato dividiram ``Desafinado'' e
``Samba da Pergunta'' e Frejat interpretou ``Chega de Saudade''
com o Quarteto em Cy.
Nana Caymmi e Erasmo Carlos
dividiram o copo de uísque e o microfone em ``Este Seu Olhar'' e
``Só em Teus Braços'', Alaíde Costa e Joyce apresentaram ``Primavera'' e ``Sabe Você'', enquanto
Marcos Valle mostrou ``Samba de
Verão'' -parceria com o irmão
Paulo Sérgio- com Patrícia Marx.
Ontem estavam previstas as participações de Wilson Simonal e
Sandra de Sá (``Lobo Bobo''),
Leny Andrade e Emílio Santiago
(``Tristeza de Nós Dois'', ``Estamos Aí'' e ``Batida Diferente''),
Pery Ribeiro e Rosana (``O Barquinho'', ``Vagamente'' e ``Você''), Sílvio César e Elba Ramalho
(``Pra Você''), Dóris Monteiro e
Léo Jaime (``Mocinho Bonito'',
``Você e Eu'' e ``Fotografia'').
Além deles, também se apresentariam Os Cariocas e Itamara Koorax (``Corcovado'' e ``Rio'') e
Johnny Alf e Fafá de Belém (``Ilusão à Toa'') e Tito Madi e Cláudia
Teles (``Balanço Zona Sul'').
Na segunda-feira, foram necessárias mais de seis horas para as
gravações dos sete duetos. Disperso, o público de convidados recebeu puxões de orelha dos músicos.
``Às vezes está meio chato para
vocês. Para a gente, também está'',
disse César Camargo Mariano, o
arranjador da noite, ainda na primeira hora de show.
Vários duetos tiveram que ser repetidos. A bela interpretação de
Nana e Erasmo teve que ser refeita,
apesar dos resmungos da cantora
``Sacanagem. Abusam da gente.
Eu tinha certeza que estava lindo.
Odeio essa gente'', reclamava Nana, enquanto Erasmo, solidário,
retorquia, segurando o copo de
uísque da amiga: ``É o sindicato
que não funciona''.
Mas os campeões nesse quesito
-repetição de takes- foram
Wanda Sá e Zé Renato, que cantaram sete vezes. O troféu do aplauso, contudo, foi para Alaíde Costa.
No mais, Frejat deu conta do recado -levando em consideração
que poucas músicas são menos roqueiras que ``Chega de Saudade''- e Patrícia Marx comprovou
que sabe cantar e desperdiça sua
bela voz com repertórios medíocres.
Na platéia, Wilson Simonal observava tudo e aprovava a junção
de músicos novos com os ``da antiga''. ``Nós não temos preconceito contra ninguém'', disse, sem definir o ``nós''.
E dava sua definição de bossa nova: ``É música harmonicamente
bem feita, musicalmente bem tocada e poeticamente bem escrita''.
O jornalista Luiz Antônio Ryff viajou a convite
da gravadora PolyGram
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