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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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Andy Warhol e Keith Haring se encontram em SP, entre polaróides, desenhos e pinturas

Instantâneos pop

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FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Andy Warhol e Keith Haring, dois ícones da art pop, se encontram no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, a partir de segunda-feira. Warhol (1928-1987) comparece com 77 polaróides, e Haring (1950-1990), que pela primeira vez ganha uma grande mostra no Brasil, chega com 56 obras, entre desenhos e pinturas.
Amigos em vida, ambos nasceram na Pensilvânia (EUA) e eram figuras celebradas da cena artística de Nova York, nos anos 80. "Sem Warhol não haveria Keith, pois o primeiro expandiu fronteiras na arte, o que permitiu a obra do outro", afirma Julia Gruen, curadora da mostra sobre Haring. "Warhol se alimentava da energia de artistas jovens como Haring", diz Nessia Leonzini, responsável pela exposição do artista que imortalizou as sopas de tomate Campbell em suas gravuras.
As paredes do subsolo do CCBB estão todas em cor prata para receber as polaróides de Warhol. "A Factory, o estúdio do artista, era forrada em papel alumínio; como estamos no século 21, fizemos isso de outra forma", conta Leonzini.
Desde 1969, toda obra de Warhol tinha por base as polaróides, que na mostra estão divididas em cinco segmentos: celebridades, abstrações, mitos, travestis e auto-retratos. "Essas fotos nunca foram devidamente avaliadas. Elas representam um trabalho de preparação, eram os seus rascunhos", afirma a curadora.
Warhol nunca apresentou as polaróides em vida, não as comercializou nem as cedeu. Elas serviam de base para suas gravuras e pinturas, como a do brasileiro Pelé, cuja foto está na mostra. Atualmente, a Fundação Warhol possui mais de 10 mil imagens em polaróides.
A excentricidade do artista também revela-se na produção dessas imagens: "Havia um ritual que Warhol tinha para realizá-las. Os convidados primeiro almoçavam com ele, depois eram maquiados e dispostos como ele queria. E ele tirava sempre dois rolos, mesmo que a primeira foto já fosse boa. Essas polaróides são o único momento no qual o artista, conhecido por ser arisco, se aproxima do objeto das obras", diz a curadora.
Frases ou comentários sobre os próprios fotografados estão dispostos abaixo das imagens. Sobre Pelé, Warhol dizia-se encantado: "Ele me convidou para ir ao Brasil". Chegou a vez dele.

ANDY WARHOL POLARÓIDES. Mostra com 77 fotos do artista norte-americano. Curadoria: Nessia Leonzini. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, SP, tel. 0/xx/11/ 3113-3552). Quando: abertura segunda, dia 2, às 20h; de ter. a dom., das 12h às 20h. Até 20/7. Quanto: entrada franca.


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