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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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COPIÃO

Miramax provoca duelo entre Meirelles e Babenco

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

A idéia da Miramax de lançar "Cidade de Deus" (2002), de Fernando Meirelles, ao Oscar 2004 pode prejudicar as pretensões de "Carandiru" (2003), de Hector Babenco.
Candidato pelo Brasil a melhor filme estrangeiro em 2003, "Cidade de Deus" foi recusado pela Academia de Hollywood, numa decisão prevista pela Miramax.
A distribuidora avisou a Meirelles que ele não teria chances, porque seu filme é ágil demais para o gosto da média dos acadêmicos, já maduros.
Agora, a Miramax fará campanha para que "Cidade de Deus" dispute melhor filme, direção, fotografia e roteiro adaptado. As regras do Oscar autorizam a tentativa.
Não é segredo que a Sony, rival da Miramax, aposta no filme de Babenco para o Oscar, nas mesmas categorias. A disputa entre dois títulos do mesmo país enfraquece ambos.

ESTE FILME É PERIGOSO 1
Uma foto do incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira em 1957 está na capa do livro "This Film Is Dangerous - A Celebration of Nitrate Film", que a Fiaf (Federação Internacional dos Arquivos Fílmicos) lança em Estocolmo (Suécia), na semana que vem.

ESTE FILME É PERIGOSO 2
Com 700 páginas, a obra da Fiaf traz dois artigos de Carlos Roberto Souza, curador do acervo da Cinemateca e maior especialista brasileiro em conservação de filmes: "Inconfidência Archiveira: Nitrate Fires in Brazilian Film History" e "Eternal Hope".

GUERRA PARTICULAR 1
Miramax e Sony disputaram a distribuição de "Cidade de Deus", em 2002. A Miramax venceu, e o filme de Meirelles fez 3,3 milhões de espectadores no Brasil. Oito meses depois, a Sony lançou "Carandiru", que tem público de 3,8 milhões e deve chegar a 4,5 milhões.

GUERRA PARTICULAR 2
"Carandiru" deve estrear nos Estados Unidos em dezembro -para se habilitar à disputa do Oscar- sem a cena em que Majestade (Ailton Graça) aponta um revólver para a família de Dalva (Maria Luísa Mendonça). Babenco diz que o filme "flui melhor" sem ela.

BARALHO
Lei assinada pelo presidente Lula da Silva anteontem permite estender até setembro de 2005 o prazo para contratações temporárias pela Agência Nacional do Cinema. A extinção da Ancine está em estudo pela Casa Civil.


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