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CRÍTICA
Nem tão sensacional, nem tão desprezível
DA REPORTAGEM LOCAL
Morcheeba é grupo que já
foi superestimado e subestimado, nessa ordem. A coletânea
"Parts of the Process", precoce
para uma banda de apenas quatro
álbuns lançados, parece ser feita
sob medida por sua gravadora para tentar recompor a trajetória da
"banda que saiu da moda".
Melhor seria reouvir álbum por
álbum (via internet, quem sabe?),
mas, vá lá, até que serve para lembrarmos que Morcheeba não é
tão sensacional quanto se pensava
em 95, nem tão desprezível como
se passou a julgar de 2000 em
diante.
Traz o que havia de inevitável
no início, de "Trigger Hippie"
(95) e das faixas extraídas do primeiro álbum, "Who Can You
Trust?" (96).
Hoje eles soam meio indigestos,
já que o trip hop foi mesmo moda
que nasceu, cresceu e caducou em
tempo estreito demais.
Temas do climático segundo
CD, "Big Calm" (98) oscilam para
cá e para lá, qual ondas na maré
-é o caso da linda "The Sea", ou
de "Let Me See", ou ainda de
"Blindfold".
O que pode espantar são as fagulhas retiradas do desprezado
"Fragments of Freedom" (2000),
já dignas de merecer uma reavaliação. "World Looking In" e "Rome Wasn't Built in a Day" soam
consistentes após três anos, mesmo que poucos queiram de fato
ouvi-las.
Enquanto modinha, Morcheeba e trip hop talvez não fossem
mesmo tanto assim. Mas as canções de "Fragments of Freedom"
e do recentíssimo (ai, essas coletâneas) "Charango" evidenciam
que há algum sabor, certo virtuosismo, muita dignidade.
De que ninguém teve coragem
foi incluir a ácida "São Paulo",
bem britânica e bem paulistana,
na seleção de "sucessos".
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Parts of the Process
Grupo: Morcheeba
Lançamento: Warner (em julho)
Quanto: R$ 28, em média
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