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RUÍDO
"Pai da divulgação" no Brasil fala sobre o jabá
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O veterano Geraldo Loewenberg, 79, que se intitula
"pai da divulgação" de música
no Brasil, coloca reparo na entrevista sobre jabá que o ex-executivo André Midani concedeu
à Folha.
Segundo ele, a prática de execução de música por rádios e
TVs em troca de dinheiro é bem
anterior aos anos 70, como expôs Midani. "No início dos anos
50, comecei a distribuir discos
nas emissoras de rádio. No início elas estranharam, quiseram
devolver. Muito pouco tempo
depois, em 1954, começamos esse tipo de divulgação", lembra.
Ele trabalhava então para a
Sinter, antepassada da gravadora hoje conhecida como Universal Music. Para Loewenberg, naquele momento não se tratava,
ainda, de jabá. "O jabá começou
depois de mim. As rádios compravam os discos nas lojas, a
preços menores, e nós passamos
a dar de presente. Fui o primeiro
divulgador do Brasil, com essa
idéia trazida da Capitol inglesa."
Sobre o jabá em si, afirma que
foi nos anos 60 (e não nos 70, como diz Midani) que "os apresentadores começaram a querer receber para tocar as músicas".
O NÃO-LANÇAMENTO
Guilherme Lamounier foi
um fazedor de hits de música pop brasileira nos anos
70, e este LP de 73 representou o auge de sua pegada como autor, cantor e músico. A
veia black era fruto da parceria, em todas as faixas, com
Tibério Gaspar (co-autor de
sucessos de Wilson Simonal,
Toni Tornado e Evinha). E
havia também psicodelia,
rock rural, progressivo e até
explícita cafonice.
Tudo estava condensado
no clássico pop "Será que Eu
Pus um Grilo na Sua Cabeça", em que Guilherme cantava amor e idílio, deixando
o grilo do título apenas para
a cuca do ouvinte (que grilo
era aquele?). Cravaria mais
hits sedosos de soul-pop romântico, tipo "Enrosca",
"Seu Melhor Amigo" (gravadas depois por Fábio Jr.) e
"Serenatas Perfumadas de
Jasmim". Lançada pela Continental, a relíquia de 73 hoje
pertence à Warner.
BATE-BOCA
O paranaense Julian Barg
(um dos que se desvincularam
judicialmente da Ordem dos
Músicos do Brasil) ataca a
afirmação do presidente da
OMB, Wilson Sândoli, de que
músicos jovens desconhecem a
luta da instituição para
proteger a classe de abusos
policiais. "É triste saber que
isso acontecia, mas o mais
triste é saber que hoje a função
de constranger músicos e casas
noturnas foi delegada à OMB",
diz. Sândoli não comentou.
O NOVO DE NOVO
Em edição dedicada a
compositores, o Prêmio Visa
segue a praxe e contempla
veteranos entre os 12
semifinalistas. A lista inclui
Jean e Paulo Garfunkel,
Claudio Nucci, Rodolfo
Stroeter, Sergio Santos.
Privilegia paulistas em metade
das vagas e passa por Minas
Gerais (Celso Adolfo, Vander
Lee e Sergio Santos), Rio
(Eugênio Dale), Pernambuco
(Júnior Vieira) e Santa
Catarina (Chico Saraiva).
ENGAJADOS DE VOLTA
Os roqueiros militantes do
365 estão reunidos para show
em comemoração do
aniversário de 20 anos. É
amanhã, no Centro Cultural
São Paulo, e deve incluir rocks
militantes tipo "31 de Março" e
a releitura punk de "Grândola,
Vila Morena".
psanches@folhasp.com.br
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