CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem teve a chance de ouvi-lo no Tim Festival de 2004 já conhece sua capacidade de excitar platéias. O saxofonista porto-riquenho David Sánchez, 38, é o convidado da Jazz Sinfônica para os concertos de hoje e amanhã, no Memorial da América Latina.
"Tocar com orquestra me inspira a seguir em outras direções musicais", diz o jazzista, que também vai se apresentar com seu quarteto, integrado por Laje Lund (guitarra), Hans Glawischnig (baixo) e Adam Cruz (bateria). "Será um concerto bem variado e aberto." Parte do repertório será extraída de "Coral", álbum de Sánchez que contou com a Sinfônica de Praga e foi premiado com o Grammy Latino em 2005. "Tivemos de adaptar os arranjos para esta nova configuração", observa o saxofonista, destacando a peça das "Bachianas Brasileiras", de Heitor Villa-Lobos, que intitula o álbum, e "Eu Sei que Vou te Amar", de Tom Jobim.
"Mesmo sem conhecer o Brasil, a música brasileira fez parte do meu crescimento", diz Sánchez, lembrando que sua irmã mais velha o introduziu, na infância, a gravações de Jobim, Elis Regina e Chico Buarque. O programa inclui a inédita "Archipiélago", composição do saxofonista que fará parte de seu próximo CD. "Devo entrar em estúdio em agosto."