São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2008

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CONEXÃO POP

Original quem?

Inglês Max Tundra, que já remixou o Franz Ferdinand, se apresenta ao vivo em São Paulo

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

ORIGINALIDADE É algo raro de encontrar no rock e no pop atual, mas não por isso deveria ser esquecida. Se até o Coldplay tenta, no quarto disco, buscar algo diferente do que fazia com a ajuda do produtor Brian Eno, mais gente poderia seguir esse caminho, mesmo que o trajeto seja sinuoso e demorado.
Um dos músicos que persegue a originalidade na última década é o multiinstrumentista inglês Ben Jacobs, que atende por Max Tundra. Hoje com 34 anos, ele é a atração -e surpresa- principal da festa I-Nova, que inaugura o novo endereço do Studio SP (r. Augusta, 591, São Paulo, tel. 0/xx/11/3129-7040; de R$ 30 a R$ 40).
As produções e os remixes de Max Tundra começaram a aparecer no final dos anos 1990. O que o diferenciava da massa da eletrônica é que ele criava timbres e climas únicos utilizando equipamentos digitais, sintetizadores vintage, instrumentos acústicos e algumas abstrações.
Uma qualidade de Max Tundra é que as experimentações não são um fim em si; funcionam como material para moldar as canções, que não soam herméticas ou difíceis.
Em entrevista à Folha, ele conta que uma de suas maiores inspirações é Frank Zappa, músico famoso por transitar por quase todo o espectro pop.
"A complexidade é algo que assusta os novos artistas e bandas. Provavelmente, têm medo de afugentar público."

 

Max Tundra lançou dois discos: "Some Best Friend You Turned Out to Be" (2000) e "Mastered by Guy at the Exchange" (2002), ambos pela Domino, gravadora de Franz Ferdinand, Arctic Monkeys e Bonde do Rolê. O terceiro, "Parallax Error Beheads You", sai em setembro.
Em disco, Tundra muitas vezes soa lento e climático. Ao vivo, como hoje, no Studio SP, dá às faixas caráter de pista utilizando teclados, sintetizadores e guitarra. "Há mais beats, a música fica mais pesada e rápida."
Se aparecesse hoje, ele talvez fosse colocado na turma que mistura dance e rock.
"Um problema com a dance music hoje é que cada vez mais gente está usando os mesmos softwares, com os mesmos tipos de sintetizadores e as mesmas linhas de baixo. Por isso prefiro sintetizadores antigos", afirma.
"Além disso, muita gente está copiando Justice. Coloca-se guitarras e beats pesados numa faixa e e pronto."
Exemplo da variação encontrada na música de Max Tundra está em "Cabasa", faixa de seu segundo disco que pode ser ouvida no www.myspace.com/maxtundra.
 

A noite de hoje, a partir das 22h, terá ainda shows de Artificial (projeto de Kassin), Adventure (americano que faz dance music a partir de sons de games) e o neofolk americano Lesser Gonzales Alvarez.

thiago@folhasp.com.br


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