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comentário
Instalação convida a mergulhar no invisível
Apesar do seu porte, a instalação de Chalayan provoca uma
experiência intimista e é discreta do ponto de vista criativo.
O túnel de vidro foi montado
numa sala quase às escuras, onde sobressai a visão de um
aquário, na parte baixa da instalação, com suas águas agitadas por uma máquina.
Chega-se ao túnel depois de
subir uma rampa. No alto, um
assistente coloca uma venda no
visitante e o encaminha para a
entrada. A primeira sensação é
a de insegurança, devido à cegueira e ao piso ondulado.
No percurso, sentimos diferentes aromas e ouvimos uma
música que nunca se repete,
pois varia conforme pisamos
no chão sensível ao toque, ao
qual o som está sincronizado.
Aos poucos, mergulhamos
num ambiente desconhecido,
que por instantes desafia os
nossos limites físicos e mentais, confundindo interior e exterior, pensamento e sensação.
É curioso que um profissional da moda -atividade em que
o olhar e a imagem são essenciais- nos leve a ter essa experiência de olhos vendados.
É como se, para Chalayan, o
importante fosse não só redescobrir os sentidos, mas também experimentar o invisível.
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