São Paulo, sexta, 30 de maio de 1997.



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Marisa Orth não tem medo de estigma de boazuda

especial para a Folha

Marisa Orth representa em "Boleiros" um papel de destaque na mitologia do futebol: o da mulher sedutora que tira o craque da concentração antes de um jogo decisivo. Durante as filmagens, ela falou à Folha sobre seu personagem e sobre o carma de boazuda.

Folha - Você tem sido vista quase sempre como a gostosona, objeto sexual, e seu papel em "Boleiros" vai nessa linha. Você não teme ficar marcada por esse estereótipo?
Marisa Orth -
Tive esse medo quando fiz a Nicinha, meu primeiro papel na televisão. Agora, acho que os diretores sabem que sou capaz de fazer outras coisas. Por exemplo, em "Doces Poderes", da Lucia Murat, eu faço uma jornalista totalmente bege, séria, contida.
Mas não tenho medo de fazer também a boazuda. Mesmo dentro desse papel, tem uma gama grande de variações. A Magda, do "Sai de Baixo", é gostosa, mas também é burra, divertida, amorosa.
Folha - Por que você topou fazer "Boleiros"?
Orth -
Sempre gostei do Ugo. Só não trabalhei no "Sábado" por questão de agenda. Em "Boleiros" o papel é legal, arquetípico, num filme que quase não tem mulher.
Folha - E você gosta de futebol?
Orth -
É uma das coisas bacanas do país. Fui criada por um pai e dois irmãos doidos por futebol. Meu marido também é fissurado. Com tudo isso, não sou fanática, mas sei quando é impedimento.
Folha - Você vai aos estádios?
Orth -
Não. Agora, depois de famosa, ficou difícil. Uma vez fui com meu marido a um Santos e Corinthians, inteiramente disfarçada. Parecia uma transplantada de medula. Com gorro, cachecol. Imagine se descobrem a Magda ali no meio da arquibancada.
Folha - E sua personagem em "Boleiros"?
Orth -
É uma professora que participa de uma convenção e está no mesmo hotel onde o Palmeiras está concentrado.
O episódio todo são as artimanhas dela e um jogador para driblar a vigilância e ficar juntos. É uma coisa muito de olhares, quase não tem fala.
Inventei que ela chama Eliane, é de Campinas e torce para a Ponte Preta. A Ponte é a macaca, né? Pois é, nesse filme eu sou macaca.



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