São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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PROTESTO
ULM promove manifestação

IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha

Pais, alunos e professores da Universidade Livre de Música fizeram uma manifestação anteontem pedindo nova sede para a escola.
A passeata saiu da sede da ULM, na rua Três Rios, às 16h, percorrendo ruas do bairro do Bom Retiro e da Luz até chegar ao prédio do antigo Dops.
Reivindicado pelos manifestantes, o edifício fica junto ao novo Complexo Cultural Júlio Prestes, localizado na antiga estação ferroviária que levava esse nome. Ainda em reformas, o complexo já abriga a Secretaria de Estado da Cultura e deve sediar, a partir de novembro, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
Os manifestantes acusam a Secretaria da Cultura de ter prometido, no ano passado, entregar o prédio do Dops para a ULM -idéia abandonada neste ano em prol da Academia Superior de Música, entidade nos modelos da Juilliard School, de Nova York, visando formar músicos profissionais para a Osesp.
Em abril, foi inaugurada nova unidade da ULM -o Núcleo Eleazar de Carvalho, no Brooklin (zona sul).
"Eles querem transferir a sede para o Brooklin, o que é uma provocação", afirma Regina Maria Gomes Rocha, da comissão de mães. "A proposta pedagógica lá é de oficinas culturais, o que não tem nada a ver com o espírito da ULM."
A secretaria é ainda acusada de praticar uma política de desvalorização da ULM.
"No início do ano, foi anunciado um corte orçamentário de 64%, com alegação de falta de verbas por parte da secretaria. E, depois, começou este "festival dos milhões', com a inauguração de obras caras, como a Pinacoteca", afirma Enny Parejo, coordenadora pedagógica do Departamento Infanto-Juvenil da ULM.
Ficou acertado para a próxima quinta encontro entre Neide Hahn, secretária-adjunta da Secretaria da Cultura, e uma comissão dos manifestantes.
"A ULM já tem um prédio, no Brooklin", afirma Neide Hahn. Quanto às antigas instalações do Dops, neste ano, a secretaria deve apenas restaurá-las. "É só para isso que o dinheiro vai dar este ano."
Hahn afirma que os cortes orçamentários se devem ao ajuste das contas públicas.



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