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MÚSICA
Irmão mais novo da cantora Neneh Cherry lança seu segundo álbum
Eagle-Eye Cherry confirma apego à tradição em novo CD
MARCELO VALLETTA
DA REDAÇÃO
Após o sucesso de seu álbum de
estréia, "Desireless", de 1998, o
músico sueco Eagle-Eye Cherry,
29, enfrenta o "pesadelo" do segundo disco com "Living in the
Present Future", lançado este mês
no Brasil.
"Eu já passei pela parte mais difícil, que foi fazer o álbum", disse
Cherry à Folha, em entrevista por
telefone, de um hotel em Milão,
na Itália. "Agora é só ver o que
acontece."
O novo trabalho foi gravado
metade em Nova York, com o célebre produtor Rick Rubin -responsável por álbuns históricos
como "Licensed to Ill" (86), dos
Beastie Boys, e "Blood Sugar Sex
Magik" (91), dos Red Hot Chili
Peppers-, e metade em Estocolmo, onde Cherry vive.
"Foi ótimo trabalhar com Rick
Rubin, pois ele manteve o foco
nas melodias das canções, como
eu queria", diz. Seis das 12 faixas
do disco foram gravadas durante
os oito dias em que Cherry e sua
banda passaram com o produtor
em Nova York.
A maioria das músicas de "Living in the Present Future" foi
gravada ao vivo em estúdio, sem
"overdubs", confirmando o apego de Cherry, filho do trompetista
Don e irmão da cantora Neneh, à
tradição.
"Eu não sou um revolucionário
no sentido de mudar o curso da
música. Eu tento voltar ao básico,
que é compor canções, me concentrando nas letras e nas melodias, e depois tocá-las, sem usar
samplers ou produção excessiva",
explica o cantor e compositor.
"Estou feliz porque tenho certeza
de que esta música é boa. E porque vou ter de viver com esse disco pelo resto de minha vida."
A presença da irmã mais velha
-e, ainda, mais famosa- em
uma das faixas tenta dar um ar de
modernidade ao novo CD. "A coisa fantástica a respeito de Neneh é
que ela consegue trabalhar em
qualquer contexto", elogia o músico. "Ela está gravando um disco
que pode sair no ano que vem. E
ela deve participar também de alguns shows da minha turnê, o que
vai ser muito legal."
A turnê de "Desireless", que durou mais de um ano e teve cerca
de 300 apresentações, foi essencial
para fazer o disco novo, diz
Cherry. "O primeiro álbum foi
um processo de descobrimento,
uma busca pela minha musicalidade e por músicos para me
acompanhar. Agora foi mais fácil,
tenho certeza de quem eu sou
musicalmente."
A nova rodada de shows deve
começar em setembro, na Europa. "Quero muito voltar aos palcos, fico louco se não fizer shows",
diz, rindo. "Não sei quando vamos ao Brasil, provavelmente no
começo do ano que vem."
As lembranças das apresentações em terreno brasileiro, que
encerraram a turnê do primeiro
disco, ainda estão vívidas na mente de Cherry.
"Amei os shows que fiz no Brasil. Sou um grande fã do país, por
causa de sua música e também
pelo futebol", conta. "Tocar uma
canção com Naná Vasconcelos foi
como um sonho, uma experiência
fantástica."
Hoje, excepcionalmente, não é publicada a coluna "Netvox"
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