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A última chamada
Divulgação
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Jenny McCarthy dá seu último telefonema em 'Pânico 3', que estréia hoje |
Estréia hoje no Brasil o filme "Pânico 3", derradeira parte da trilogia do assassino mascarado; o diretor, Wes Craven, falou à Folha sobre a série mais lucrativa da história do horror
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LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Última chamada é o termo correto para anunciar a chegada, hoje, de "Pânico 3" ("Scream 3") aos
cinemas brasileiros.
Primeiro, porque o filme fecha
uma trilogia milionária e marcante iniciada em 1996, com "Pânico", produção que surgiu para representar o fim dos filmes de horror para adolescentes. Mas que
acabou criando uma nova explosão do gênero, infestando Hollywood de sub- "Pânicos".
Segundo, porque é uma sequência digna da série que fez do simples ato de telefonar um exercício
de terror inimaginável.
Em qualquer um dos "Pânico",
aprendeu-se, receber uma chamada muitas vezes podia significar o último ato em vida. Que o
diga a personagem da deusa teen
Jenny McCarthy, essa da foto
principal desta página.
"Pânico 3" é a tacada final da
mais bem-sucedida franquia da
história do cinema de horror,
"pacote" que só nos EUA arrecadou quase US$ 300 milhões ao
reinventar o gênero fazendo uso
extremo da ironia. E encharcando
de sangue um elenco fantástico de
jovens importados dos badalados
seriados de TV.
O guru de tudo isso é Wes Craven, diretor que talhou seu nome
no imaginário pop ao criar o terrível Freddy Krueger em "A Hora
do Pesadelo", nos anos 80. De Los
Angeles, Craven falou à Folha sobre os três "Pânico". A entrevista
foi por telefone, esse aparelho tão
normal, mas às vezes tão sinistro.
Folha - Se o assassino mascarado
telefonasse para o sr. e perguntasse sobre seu filme de horror predileto, qual seria sua resposta?
Wes Craven - (Risos.) Eu acho
que, para mim, é "Pânico", todos
os três. Mas, tirando esses, talvez
"Alien" (O Oitavo Passageiro, Ridley Scott, 79).
Folha - E, da trilogia "Pânico",
qual deles mais o agrada?
Craven - Gosto do pacote inteiro.
Acho que os três filmes fazem um
só grande filme. Eles se completam no que de melhor o horror
tem para mostrar.
Folha - Como o sr. recomendaria
"Pânico 3" para as pessoas?
Craven - Eu diria que é uma divertida e movimentada conclusão
de uma história interessante.
Acho que as pessoas que de uma
certa forma acompanharam a série desde 1996 precisam ver que
fim vão levar Neve Campbell,
Courteney Cox e David Arquette.
Folha - Este é o último suspiro do
assassino mascarado, como prometido, ou "Pânico 4" já está a caminho?
Craven - Quanto à série "Pânico", posso assegurar que foi o último. Pelo menos, com meu nome
envolvido. Agora, tem um filme
chamado "Scary Movie", uma comédia, que vai usar a máscara de
"Pânico". ("Scary Movie" estréia
dia 7 nos EUA e faz paródia da enxurrada de filmes de horror teen
produzidas em Hollywood pós-"Pânico". O nome original foi
mudado. Seria "Last Summer I
Screamed Because Halloween Fell
on Friday the 13th".)
Folha - Qual a diferença entre
"Pânico 3" e os outros dois? Ou não
há, e essa é que é a graça?
Craven - A terceira parte é mais
bem-humorada do que as duas
primeiras. Você consegue rir mais
do que gritar de susto...Quer dizer, isso na minha opinião. Já me
falaram exatamente o contrário.
Folha - Quando o sr. terminou o
primeiro "Pânico", esperava que
ele fosse ressuscitar o gênero do
horror, como aconteceu?
Craven - Não tinha idéia. Sabia
que era uma história boa, que o
elenco era recheado de atores jovens, mas conhecidos e talentosos. É uma combinação explosiva.
Sabia que ia resultar num bom filme de terror. Mas daí a achar que
ia causar o que causou...
Folha - "Pânico 3" parece fechar
um ciclo de filmes de terror. O sr.
acha que "A Bruxa de Blair", no ano
passado, já tinha começado outro?
Craven - Acho que podemos dizer que sim. É um gênero diferente de horror, que explora bem o
medo daquilo que você não consegue ver. Mas "A Bruxa de Blair
2" está sendo feito e aí poderemos
ver no que vai dar.
Folha - O que sr. achou de "A Bruxa de Blair"?
Craven - Gostei desse jeito de
procurar aterrorizar mais pelo lado psicológico do que pelo que está acontecendo na tela. Para falar
a verdade, nem achei ele tão assustador assim. Mas é bem interessante. Acho que são gêneros
que se completam. O do horror
que a toda hora está em sua cara,
como "Pânico", e o que você sabe
que está ali, mas não consegue
ver. Considero, sim, "A Bruxa de
Blair" uma ruptura no gênero,
mas vamos ver o que ele, a partir
de agora, vai gerar.
Folha - Qual é seu próximo projeto? Um novo filme de horror ou um
drama sensível, como "Música do
Coração" (1999)?
Craven - Estou trabalhando na
produção de um filme sobre o
Drácula ("Wes Craven Presents
Dracula 2000", dirigido pelo editor de "Scream 3", Patrick Lussier). Estamos tentando colocá-lo
nos cinemas até o final do ano.
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