São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2000


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Alexandre Herchcovitch brinca de boneca futurista

Marcelo Min/Folha Imagem
Gisele de vestido metálico e saia cortada a laser, da M.Officer



Com paetês, látex fluo e irônica elegância, o estilista faz o melhor desfile da estréia do evento


ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

O estilista Alexandre Herchcovitch, 28, mais uma vez brilhou (desta vez literalmente) no MorumbiFashion Brasil, o principal evento de moda do país, que segue até terça mostrando as coleções de primavera-verão 2000/ 2001 em 26 desfiles, nas dependências do MorumbiShopping (zona sul de São Paulo).
O evento como um todo começou animado, com o espaço mais bem montado e sinalizado, apesar de um pouco abafado e dos atrasos (nem adianta esquentar, faz parte mesmo).
Tudo bem, é mais importante observar que a M.Officer veio mais limpa, mais contida, sem desperdiçar tecidos, economizando nas idéias e se concentrando nas formas e acabamentos.
A trilha sonora agora, mesmo feita por uma estrela da música brasileira, Carlinhos Brown, serviu de (surpresa!) trilha sonora, envolvendo as modelos numa atmosfera de originalidade e ineditismo. Como tem de ser. E os músicos, descalços e desnudos, com saias marrons vazadas a laser, com óculos escuros gigantes, emolduravam a passarela em que passeavam as modelos mais bonitas do mundo (Ana Claudia, Gisele, Raica, Caroline Ribeiro, Isabeli Fontana, Adriana Lima). O styling de Isabella Blow foi simples, brasileiramente simples.
A forma foi a da frente única; o melhor look foi o vestido drapeado em gomos, na camisola de Isabeli em seda cortada a laser tridimensional. Ótimos os jeans nos shortinhos, jaquetas, principalmente na casinha de abelha. Até os lamês fluidos em dourado evoluíram, na silhueta, e o material em fios de metal melhorou no desenho geométrico.
E o estilista Carlos Miele ainda conseguiu ter a modéstia de sair da passarela. Mais moda, menos performance, portanto, que bom. A Ellus fez também uma boa apresentação, sabendo mostrar os melhores momentos de sua coleção de verão (desfile é isso). A imagem que abriu e fechou o desfile, com o trio Mariana, Carol e Talytha em black jeans, brincando de Panteras, rendeu uma boa imagem de moda e o público reagiu com simpatia.
Foi a deixa para gostar também do look 80, com impecável batom vermelho. A marca brincou de logomania em jérsei, mais decidida nas estampas de cavalinho. Luxo o maxipull-vestido de listras pink no branco, desdobrado na calça justa de cintura baixíssima, sexy, usada com chemise tipo fina rosa.
Leggings ficaram chiques, com cangurus de seda, pink e amarelo, bem 80 mesmo. Não precisava tanto vinil nem os metais na camiseta, mas já estava ótimo.
Foi Herchcovitch mesmo a estrela, com suas roupas de boneca futurista, meio Courrèges; Givenchy. Audrey Hepburns 2000, as modelos brincavam de elegância com ironia e informação de moda, sob total controle do estilista. Paetês impecáveis, cores fluo e forros esportivos usavam pences letais em cortes trapézio e jaquetas. A alfaiataria em pink veio levíssima, com os sapatos bicolores. Inesquecível. A Equilíbrio abriu o dia com seus vestidos e blusinhas tipo quimono, leves e coloridas, com muito floral, em seda e chiffon.


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