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CINEMA
Um dos maiores ícones femininos de Hollywood, protagonista de "Levada da Breca" (38) sofria de mal de Parkinson
Katharine Hepburn, 96, morre nos EUA
DA REDAÇÃO
A atriz norte-americana Katharine Hepburn morreu ontem, aos
96 anos, em sua casa em Connecticut, onde nasceu, em 12 de maio
de 1907. Deixou mais de 40 participações em filmes de Hollywood,
como "Levada da Breca" (1938),
de Howard Hawks.
Ela sofria de vários problemas
de saúde relacionados com o mal
de Parkinson, que a levaram a ser
hospitalizada inúmeras vezes nos
últimos anos. Segundo a rede de
TV ABC, Hepburn morreu cercada de familiares e amigos.
"É um dia triste, mas também
de celebração da vida de Katharine Hepburn", afirmou ontem sua
amiga e porta-voz Cynthia
McFadden.
Considerada um dos maiores
ícones cinematográficos de todos
os tempos, Hepburn foi indicada
12 vezes ao prêmio Oscar, que
venceu em quatro ocasiões (marca até hoje não superada por nenhuma atriz).
Os filmes por que foi premiada
são "Manhã de Glória" (1933, dirigido por Lowell Sherman), "Adivinhe Quem Vem para Jantar?"
(1967, de Stanley Kramer), "Leão
no Inverno" (1968, Anthony Harvey) e "Num Lago Dourado"
(1981, Mark Rydell).
Em cinema, o último filme em
que foi vista foi "Segredos do Coração" (1994), de Glen Gordon
Caron, em que contracenou com
Warren Beatty. Em 2003, participou de "True Love", já concluído,
mas ainda inédito.
Sua carreira começou no teatro,
no início da década de 30, quando
ela estrelou, na Broadway, a peça
"Night Hostess".
Atuante em cinema ao longo de
cinco décadas, Hepburn ficou célebre, desde o início, por filmes
feitos pelo cineasta Georges Cukor, como "Vítimas do Divórcio"
(1931), "As Quatro Irmãs" (1933),
"Núpcias de Escândalo" (1940),
"A Costela de Adão" (1949) e "A
Mulher Absoluta" (1952).
Entre seus títulos mais conhecidos, estão ainda "Sua Esposa e o
Mundo" (Frank Capra, 1948) e
"Uma Aventura na África" (John
Huston, 1951), em que contracenou com Humphrey Bogart.
Ícone feminino
Tida como símbolo de força feminina, Katharine Hepburn foi
casada entre 1928 e 1934 com Ludlow Ogden Smith. Divorciou-se
dele afirmando que "o casamento
não é uma instituição natural" e
nunca mais voltou a se casar.
Formou par emblemático com
Spencer Tracy nas telas, mas também fora delas. Atuou com Tracy
em nove produções e foi sua
amante por 27 anos. Ele era casado e católico e não se divorciou da
mulher. "Nós vivemos juntos
com liberdade. Eu certamente
não tinha a intenção de romper
seu casamento", afirmou a atriz à
ABC, em 1991.
Entre os atores com quem também contracenou estavam James
Stewart, Cary Grant, John Wayne
e Henry Fonda.
Mesmo tendo sido chamada de
"primeira dama do cinema", sofreu também ressalvas da crítica,
que por vezes a classificou como
"fria" e "pouco versátil".
Hepburn se dedicou mais a produções televisivas a partir da década de 80, enquanto levava uma
vida reservada e reclusa, também
devida a lapsos de memória causados pela doença.
Em 2000, às vésperas de completar 93 anos e sob especulações
sobre sua saúde, deu entrevista ao
jornal "New York Post", afirmando: "Conte a todo mundo que me
sinto bem. Estou bem".
Sobre si própria, Hepburn disse,
em outra entrevista: "Eu me acho
absolutamente fascinante. Mas
sou descomplicada. Quando tenho que falar, falo. Quando vou
para a cama, durmo. Quando devo comer, como".
Com agências internacionais
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