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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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CINEMA

Um dos maiores ícones femininos de Hollywood, protagonista de "Levada da Breca" (38) sofria de mal de Parkinson

Katharine Hepburn, 96, morre nos EUA

DA REDAÇÃO

A atriz norte-americana Katharine Hepburn morreu ontem, aos 96 anos, em sua casa em Connecticut, onde nasceu, em 12 de maio de 1907. Deixou mais de 40 participações em filmes de Hollywood, como "Levada da Breca" (1938), de Howard Hawks.
Ela sofria de vários problemas de saúde relacionados com o mal de Parkinson, que a levaram a ser hospitalizada inúmeras vezes nos últimos anos. Segundo a rede de TV ABC, Hepburn morreu cercada de familiares e amigos.
"É um dia triste, mas também de celebração da vida de Katharine Hepburn", afirmou ontem sua amiga e porta-voz Cynthia McFadden.
Considerada um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos, Hepburn foi indicada 12 vezes ao prêmio Oscar, que venceu em quatro ocasiões (marca até hoje não superada por nenhuma atriz).
Os filmes por que foi premiada são "Manhã de Glória" (1933, dirigido por Lowell Sherman), "Adivinhe Quem Vem para Jantar?" (1967, de Stanley Kramer), "Leão no Inverno" (1968, Anthony Harvey) e "Num Lago Dourado" (1981, Mark Rydell).
Em cinema, o último filme em que foi vista foi "Segredos do Coração" (1994), de Glen Gordon Caron, em que contracenou com Warren Beatty. Em 2003, participou de "True Love", já concluído, mas ainda inédito.
Sua carreira começou no teatro, no início da década de 30, quando ela estrelou, na Broadway, a peça "Night Hostess".
Atuante em cinema ao longo de cinco décadas, Hepburn ficou célebre, desde o início, por filmes feitos pelo cineasta Georges Cukor, como "Vítimas do Divórcio" (1931), "As Quatro Irmãs" (1933), "Núpcias de Escândalo" (1940), "A Costela de Adão" (1949) e "A Mulher Absoluta" (1952).
Entre seus títulos mais conhecidos, estão ainda "Sua Esposa e o Mundo" (Frank Capra, 1948) e "Uma Aventura na África" (John Huston, 1951), em que contracenou com Humphrey Bogart.

Ícone feminino
Tida como símbolo de força feminina, Katharine Hepburn foi casada entre 1928 e 1934 com Ludlow Ogden Smith. Divorciou-se dele afirmando que "o casamento não é uma instituição natural" e nunca mais voltou a se casar.
Formou par emblemático com Spencer Tracy nas telas, mas também fora delas. Atuou com Tracy em nove produções e foi sua amante por 27 anos. Ele era casado e católico e não se divorciou da mulher. "Nós vivemos juntos com liberdade. Eu certamente não tinha a intenção de romper seu casamento", afirmou a atriz à ABC, em 1991.
Entre os atores com quem também contracenou estavam James Stewart, Cary Grant, John Wayne e Henry Fonda.
Mesmo tendo sido chamada de "primeira dama do cinema", sofreu também ressalvas da crítica, que por vezes a classificou como "fria" e "pouco versátil".
Hepburn se dedicou mais a produções televisivas a partir da década de 80, enquanto levava uma vida reservada e reclusa, também devida a lapsos de memória causados pela doença.
Em 2000, às vésperas de completar 93 anos e sob especulações sobre sua saúde, deu entrevista ao jornal "New York Post", afirmando: "Conte a todo mundo que me sinto bem. Estou bem".
Sobre si própria, Hepburn disse, em outra entrevista: "Eu me acho absolutamente fascinante. Mas sou descomplicada. Quando tenho que falar, falo. Quando vou para a cama, durmo. Quando devo comer, como".


Com agências internacionais


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