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Eventos a partir de novembro incluem Portugal
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal das
Culturas do Rio de Janeiro,
Ricardo Macieira, foi surpreendido com a repercussão antecipada das comemorações dos 200 anos da chegada da família real ao Rio:
"virou uma bola de neve".
O evento ainda em preparação está atraindo uma série de personalidades, iniciativas e organizações.
As comemorações começam oficialmente em novembro próximo, em Portugal, com uma exposição que
coincide com os 200 anos da
data em que a família real
deixou Lisboa. Em março haverá outra exposição no Rio,
coincidindo com o momento
em que a corte lusitana aportou na cidade, surpreendendo os passantes.
Mas, antes disso, uma série
de concertos e atividades já
estará em curso, reunindo
diversas instituições. Um rico pacote de 19 livros vai reviver o período, incluindo o
"Dicionário do Brasil Joanino, organizado por Ronaldo
Vainfas e Lúcia Bastos Pereira das Neves. Isso só dos títulos "oficiais", porque há vários outros lançamentos sobre o período em preparação.
O projeto foi iniciado com
o trabalho de recuperação da
antiga Capela Real, atual
Igreja de Nossa Senhora do
Carmo. Os trabalhos ainda
em andamento foram entregues à Fundação Roberto
Marinho e levaram a um trabalho arqueológico "Na cidade do Rio de Janeiro, até essa
obra, nunca se tinha encontrado nenhum vestígio de
uma arquitetura do século
16, o que agora se encontrou:
a ermida para Nossa Senhora
do Ó", diz Macieira.
Além desse trabalho, serão
restaurados o monumento
comemorativo do centenário da abertura dos portos, a
talha da Igreja do Outeiro da
Glória, o Convento de Santa
Teresa, a Ponte dos Jesuítas
e os marcos imperiais.
O projeto iniciado pela secretaria nos primeiros meses
de 2006 parece ter combinado com uma época de reavaliação histórica.
Num momento de crise da
democracia e de aviltamento
dos "valores republicanos", o
espírito do tempo virou a favor da antiga família real.
Prova disso é a multiplicação
dos novos estudos sobre o
período (também conseqüência da crise do modelo
marxista de interpretação) e
os best-sellers sobre membros da família real.
No Brasil, o diplomata Alberto da Costa e Silva está à
frente da comissão preparatória. Em Portugal, o Ministério da Cultura local nomeou Rui Rasquilho. Ele disse que a comissão lusitana
pretende apresentar o Portugal moderno ao Brasil e
que o Museu de Marinha de
Lisboa vai organizar uma exposição lembrando a invasão
das tropas napoleônicas, entre outros eventos.
(MS)
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