![]() São Paulo, segunda, 30 de junho de 1997. |
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AMIR LABAKI
Folha - Por que o senhor decidiu
dedicar uma série aos filmes amadores?
Peter Forgàcs - Minhas obras
são pesquisas e viagens em torno
da arqueologia do tempo da história privada. Assim é para mim uma
magnífica pista disso que poderíamos chamar de passado caído
olhar para os imprevisíveis presente e futuro dos filmes particulares. Por que acho esses filmes amadores tão provocantes após tantos
anos de trabalho? A melhor resposta que encontrei foi no "Tractatus", de Wittgenstein: "Tudo
que vemos poderia ser diferente.
Tudo que podemos descrever totalmente poderia ser também distinto".
Folha - Como o senhor teve acesso ao material de "Free Fall"?
Forgàcs - Uma amiga -na verdade a filha do realizador- me
contou que o pai fazia regularmente filmes 8 mm. Tive que esperar sete ano para vê-los pois ela
não os encontrava. Custaram-me
mais dois anos para convencê-la
de que a coleção tinha enorme interesse público.
Folha - Sua filmografia já apresenta três títulos posteriores a
"Free Fall". Algum faz parte da série?
Forgàcs -"Maesltrom" é um
documentário de uma hora feita
para a TV holandesa VPRO sobre a
saga de uma família judaica, os
Peereboom, entre 1930 e 1943. É
bastante similar a certos pontos de
"Free Fall". "Otherwise" (De Outro Modo) é um videoensaio de
um minuto que fiz com Zoltán Vida. Eu segui ainda a saga da família
Peto, de 1945 a 1971, em um filme
de 52 minutos chamado "Class
Lot". É a 11ª parte da série "Private
Hungary" e a primeira da sub-série "Private Socialism" (Socialismo Privado).
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