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David Newman quer Banderas
da Redação
A realização de "Brasil 1500"
passa por um roteirista de peso.
Apesar do malogro histórico de
"Cristóvão Colombo - A Aventura
do Descobrimento" (92), última
grande produção da qual participou, ninguém pode apagar do currículo de David Newman o crédito
pelos scripts de "Esta Pequena É
uma Parada" (72), "Superman -
O Filme" (78) e "Superman 2 - A
Aventura Continua" (80).
Na entrevista concedida à Folha
por telefone, de Nova York, Newman aposta que "Brasil 1500" tem
todos os ingredientes necessários à
conquista do público norte-americano. E enumera: "Há amor,
guerra, sexo, lascívia...".
(FO)
Folha - O sr. não acha necessário
conhecer a história do Brasil para
trabalhar com um roteiro sobre o
descobrimento do país?
David Newman - É claro, tivemos que aprender muito sobre a
história brasileira. Pesquisamos,
fomos a bibliotecas e museus
-como o Museu de História Natural de Nova York e o Smithsonian Museum de Washington-, e
absorvemos o máximo que pudemos.
Mas você deve entender que o
script não é somente histórico, é
um filme, é ficção. É lógico que há
fatos e personagens reais, como
Cabral e Vasco da Gama, mas
Gonçalo e a maioria dos personagens principais foram inventados
para que pudéssemos fazer um
verdadeiro longa de ficção.
Folha - Você acha que o público
norte-americano vai se interessar
por "Gonçalo"?
Newman - Ele foi escrito para
interessar às platéias americanas.
Eu sou um roteirista norte-americano e Ilya Salkind é um produtor
norte-americano. O sucesso nos
EUA é extremamente importante
para qualquer filme. E esse é um
longa-metragem bastante comercial, tipicamente hollywoodiano.
O "Coração Valente" de Mel
Gibson, por exemplo, teve muito
interesse para o público escocês, já
que o tema era a história da Escócia. Mas não foi feito para os escoceses, e sim para o mundo e especialmente para os norte-americanos. Da mesma forma, "Gonçalo", apesar de ser sobre o Brasil, é
um filme para os EUA e o mundo.
Folha - Quais os pontos altos da
história?
Newman - "Gonçalo" é o tipo
de filme que as pessoas adoravam
assistir no cinema e que não é feito
com muita frequência ultimamente, onde o grande herói é também
um homem comum, mas que possui qualidades especiais, é inteligente, forte, corajoso.
Há fantásticas sequências de
ação, como uma batalha na tribo
dos tupinambás, e uma história de
amor entre Gonçalo e a índia que
ele encontra na tribo quando de
sua chegada às praias brasileiras.
Há amor, sexo, guerra, humor,
lascívia... É um filme completo.
Folha - Qual seria o ator ideal para interpretar Gonçalo?
Newman - Antonio Banderas. É
o nome que eu vejo. Se ele será escolhido ou não, ainda não sei, mas
seria perfeito.
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