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CRÍTICA DRAMA
Didatismo prejudica "Um Novo Caminho"
Estreia de Philippe Godeau na direção faz libelo contra o alcoolismo, mas obviedade de imagens cria relato frio
ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O jornalista Hervé Chabalier dirige a agência de notícias Capa, uma das mais importantes da França.
Alcoólatra, ele publicou
um livro em 2004 no qual
conta seu processo de desintoxicação, realizado em
uma clínica.
Este relato foi adaptado e
dirigido por Philippe Godeau, respeitado produtor,
em seu filme de estreia.
"Um Novo Caminho" é todo centrado em Hervé, encarnado pelo ótimo François
Cluzet, que deixa Paris para
se internar na clínica.
Boa parte do filme mostra
o desenrolar da cura, à base
de terapia de grupo, confissões, crises de abstinência e
caminhadas pelo campo.
Godeau explora as relações de Hervé com os pacientes, como Pierre (Michel Vuillermoz, perfeito no papel),
seu companheiro de quarto
bonachão, e a jovem Magali
(Mélanie Thierry, uma revelação do filme) -completamente engajada em sua própria destruição-, que ele
quer salvar.
O lado mais didático da
trama acaba prevalecendo
sobre os aspectos relacionados à experiência social na
clínica, o que é uma pena.
O resultado é um filme previsível, que não consegue envolver o espectador. Eficaz
em seu libelo contra o alcoolismo e os estragos que ele
provoca, mas frio.
Isso se repete nos enquadramentos dignos de reportagens de televisão, que empobrecem o todo.
A última cena, em que Hervé cruza um lago em um barco para finalmente chegar à
terra firme, também compromete: é demasiado óbvia para representar todo o processo da cura.
UM NOVO CAMINHO
DIREÇÃO Philippe Godeau
PRODUÇÃO França, 2009
COM François Cluzet, Mélanie
Thierry e Michel Vuillermoz
ONDE Reserva Cultural, Belas
Artes e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular
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