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CRÍTICA AÇÃO
Diretor monta roteiro interessante, mas exagera em explosões e efeitos especiais
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
Se a Guerra Fria serviu para alguma coisa, foi para dar
ao cinema uma farta munição de histórias.
O "medo vermelho" foi
mostrado nas telas de diversas formas, de alegorias sobre paranoia nuclear ("Dr.
Fantástico", de Stanley Kubrick) a terror B ("Vampiros
de Almas", de Don Siegel),
passando por delírios bélicos
de um confronto militar entre
EUA e União Soviética em
"Amanhecer Violento", de
John Milius.
Depois de adormecido por
anos, o tema da Guerra Fria
volta com tudo em "Salt", um
filme de ação estrelado por
Angelina Jolie e dirigido pelo
competente Phillip Noyce
("Perigo Real e Imediato").
Evelyn Salt (Jolie) é uma
agente de CIA disfarçada de
executiva de empresa. Nas
primeiras cenas, ela está presa numa masmorra norte-coreana, sendo torturada por
oficiais do Exército.
De volta aos EUA, Salt é
surpreendida quando um desertor russo se entrega à CIA
e denuncia um gigantesco
complô secreto tramado pela
KGB, que inclui espiões russos escondidos em altos escalões do governo de Wa-
shington e que planejam matar o presidente dos EUA.
Não dá para falar mais,
sob risco de estragar a surpresa. Mas vale dizer que a
trama de "Salt" é bem mais
interessante que a da maioria
dos filmes de ação. Infelizmente, Noyce optou por criar
cenas de ação tão exageradas e bombásticas que o filme, que poderia ser um ótimo thriller de espionagem,
se torna mais uma montanha-russa de efeitos especiais e explosões.
Salt pula de pontes, salta
sobre caminhões em movimento, escapa de explosões
e aniquila Exércitos inteiros
de russos. Ridículo, mas divertido. E ver Angelina Jolie é
sempre um colírio para os
olhos. Enfim, "Salt" é um
bom divertimento.
SALT
DIREÇÃO Phillip Noyce
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Angelina Jolie, Liev Schreiber
ONDE estreia nos cines Anália
Franco UCI, Cine TAM e circuito
CLASSIFICAÇÃO não recomendado
para menores de 14 anos
AVALIAÇÃO bom
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