São Paulo, sexta-feira, 30 de julho de 2010

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CRÍTICA AÇÃO

Diretor monta roteiro interessante, mas exagera em explosões e efeitos especiais

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Se a Guerra Fria serviu para alguma coisa, foi para dar ao cinema uma farta munição de histórias. O "medo vermelho" foi mostrado nas telas de diversas formas, de alegorias sobre paranoia nuclear ("Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick) a terror B ("Vampiros de Almas", de Don Siegel), passando por delírios bélicos de um confronto militar entre EUA e União Soviética em "Amanhecer Violento", de John Milius.
Depois de adormecido por anos, o tema da Guerra Fria volta com tudo em "Salt", um filme de ação estrelado por Angelina Jolie e dirigido pelo competente Phillip Noyce ("Perigo Real e Imediato").
Evelyn Salt (Jolie) é uma agente de CIA disfarçada de executiva de empresa. Nas primeiras cenas, ela está presa numa masmorra norte-coreana, sendo torturada por oficiais do Exército. De volta aos EUA, Salt é surpreendida quando um desertor russo se entrega à CIA e denuncia um gigantesco complô secreto tramado pela KGB, que inclui espiões russos escondidos em altos escalões do governo de Wa- shington e que planejam matar o presidente dos EUA.
Não dá para falar mais, sob risco de estragar a surpresa. Mas vale dizer que a trama de "Salt" é bem mais interessante que a da maioria dos filmes de ação. Infelizmente, Noyce optou por criar cenas de ação tão exageradas e bombásticas que o filme, que poderia ser um ótimo thriller de espionagem, se torna mais uma montanha-russa de efeitos especiais e explosões.
Salt pula de pontes, salta sobre caminhões em movimento, escapa de explosões e aniquila Exércitos inteiros de russos. Ridículo, mas divertido. E ver Angelina Jolie é sempre um colírio para os olhos. Enfim, "Salt" é um bom divertimento.


SALT

DIREÇÃO Phillip Noyce
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Angelina Jolie, Liev Schreiber
ONDE estreia nos cines Anália Franco UCI, Cine TAM e circuito
CLASSIFICAÇÃO não recomendado para menores de 14 anos
AVALIAÇÃO bom




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