São Paulo, Sexta-feira, 30 de Julho de 1999
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Um lugar chamado Notting Hill



Hugh Grant volta ao papel do inglês tímido e charmoso que fez sua fama e ofusca Julia Roberts no filme que reúne boa parte da equipe do sucesso "Quatro Casamentos e Um Funeral"
das agências internacionais

Uma comédia romântica britânica em que um inglês tímido e charmoso se apaixona por uma norte-americana meio inatingível. Não, não se trata de "Quatro Casamentos e Um Funeral 2".
Mas, em "Um Lugar Chamado Notting Hill", que estréia hoje no Brasil depois de já ter faturado US$ 109 milhões nos EUA, Hugh Grant está de volta, fazendo aquele inglês de sempre, e o roteirista é o mesmo, porém a americana, desta vez, é Julia Roberts.
Grant interpreta o dono de uma pequena livraria do bairro londrino Notting Hill que se apaixona, e é correspondido, pela maior atriz do mundo.
Diferentemente da atriz de primeira linha, mas insegura, que interpreta, Julia Roberts afirma que, nos anos repletos de loucuras tablóides que se seguiram a "Uma Linda Mulher", já aprendeu a lidar com o que chama de "os aspectos irrelevantes da fama".
"Discordo da maneira como ela aborda sua condição de famosa", diz Roberts, 31 anos, referindo-se aos "ataques" de seu personagem, à sua paranóia e às mentiras que conta. "Nunca agi dessa maneira. Eu ficaria realmente frustrada se fizesse algumas das escolhas que ela faz, e acharia que ela é fraca em relação a algumas coisas."
E como a própria Julia Roberts lida com a fama? "Pode surpreender, mas é com tranquilidade", disse a atriz. "Venho de uma escola do tipo "viva e deixe viver"."
E os assuntos pessoais? Que ninguém ouse sugerir que possa existir o menor indício de semelhança entre sua vida real e o papel que faz em "Noiva em Fuga", que estréia hoje nos EUA e conta a história de uma mulher que não consegue encarar compromissos amorosos de longo prazo.

Pergunta - O que mudou desde "Uma Linda Mulher"?
Julia Roberts -
É como a diferença entre ser menina e adulta -e todas as experiências de vida maravilhosas e gostosas que acompanham essa evolução.

Pergunta - A impressão que se tem é que "Notting Hill" foi escrito já pensando em você como atriz principal. É verdade?
Roberts -
A personagem principal não é Julia Roberts, é Anna Scott. Se alguém imagina que sou tão fascinada comigo mesmo que mereço ser a personagem principal de um filme, então esse alguém está maluco. Em primeiro lugar, minha vida não está aberta para ser documentada dessa maneira. Em segundo, não sou tão narcisista assim.
Se alguém acha que estou representando a mim mesma, tem uma idéia de mim que está muito aquém do que sou. Trabalhei muito duro nesse filme. Fiz um esforço para ser tão natural. Se quiserem pensar que Anna Scott sou eu mesma, representando a mim mesma, tudo bem. Mas não fui eu quem escreveu o roteiro.

Pergunta - Você é uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood. Quando aceita um papel, você sente a pressão adicional das bilheterias?
Roberts -
Não posso trabalhar pensando nisso. Não posso decidir se outras pessoas vão gostar dele. Se pudéssemos prever que filmes vão render muito dinheiro, adivinhe o que aconteceria? Nunca trabalharíamos num filme que seria um fracasso de bilheteria.


Tradução Clara Allain


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